Renan critica uso político do Conselho de Ética e diz que órgão "finge"
"Não adianta o Conselho de Ética fingir que está cumprindo seu papel e não fazê-lo na plenitude, e ficar nesta zona cinzenta, que não é boa para a democracia, para o Senado, nem para mim e o Brasil", disse o peemedebista ao chegar em seu gabinete.
Renan é acusado de utilizar o lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, para pagar aluguel e pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
Ao ser questionado sobre o "fingimento" do conselho, o senador tentou explicar: "Não é fingir não. É tentar cumprir o papel e não cumprir. Na medida que um partido tenta formar posição a um julgamento que tem a ver com as provas, não é uma fato político, transforma isso em fato politico".
O peemedebista fez uma referência indireta à posição defendida pelo DEM para que ele se afaste da presidência do Senado durante as investigações, mas não citou o partido nem nomes de parlamentares.
Renan negou que o petista Sibá Machado (AC) tenha sido pressionado a renunciar ao cargo de presidente do Conselho de Ética da Casa. "Se questão política está contaminando, é o partido politico [que deve] tentar fechar a questão no Conselho de Ética. Isso nunca houve [pressão política] no conselho. O Conselho de Ética tem de julgar de acordo com as provas."
Votação
Com a renúncia de Sibá, a votação do relatório contra Renan pode ser adiada mais uma vez. Prevista para a tarde desta quarta-feira, a votação, agora, vai depender do vice-presidente do conselho, Adelmir Santana (DEM-DF), e dos líderes partidários, já que o processo contra o peemedebista também está sem um relator --dois senadores já assumiram a relatoria do caso e abandonaram o cargo: Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Wellington Salgado (PMDB-MG).
Santana, que estava em São Paulo, já embarcou para Brasília e deve chegar ainda pela manhã. O relatório de Cafeteira, afastado do cargo por motivos de saúde, sugere o arquivamento das denúncias contra Renan.
Sibá estava sendo pressionado por aliados de Renan e pelo Palácio do Planalto para abrir mão do cargo como estratégia para retardar as investigações sobre o presidente do Senado. Em comunicado enviado à Secretaria Geral da Mesa do Senado, ele afirmou ter desistido também da sua vaga de titular do conselho.
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