Fidel Castro acusa Bush de ordenar sua morte

O líder cubano Fidel Castro afirmou que o presidente George W. Bush ordenou seu assassinato antes mesmo de chegar à Casa Branca, em um longo artigo publicado nesta segunda-feira no jornal oficial Granma. "O tema da denúncia com relação a seu plano de me assassinar vem desde antes de ter arrebatado a vitória do outro candidato através da fraude", afirma.

Fidel, que diz ostentar o recorde de tentativas de assassinato, totalizando 650, mencionou ações de governos americanos, das quais só isentou o ex-presidente Jimmy Carter (1977-1981).

"Realmente é um mistério assinalar os responsáveis por centenas de atentados contra minha vida. Todas as formas diretas e indiretas para causar minha morte foram utilizadas". Fidel, que em agosto completará 81 anos e convalesce há 11 meses de uma severa crise de saúde que o mantém afastado do poder, disse ter denunciando o plano de Bush em 5 de agosto de 2000. Segundo ele, nessa ocasião, Bush teria anunciado uma série de ações para ganhar apoio eleitoral do que chamou de "a famosa máfia cubano-americana no estado da Flórida.

Fidel disse ainda estar "seguro de que Carter, por suas convicções éticas de raiz religiosa, jamais teria dado ordens de matá-lo". Também disse não ter informações de que o presidente Bill Clinton (1993-2001) teria autorizado sua morte.

O líder cubano destaca que sua nova reflexão é um "argumento a mais para ao Manifesto ao Povo de Cuba" intitulado "Jamais terão Cuba", publicado há uma semana, e no qual anunciou que a ilha continuará fabricando e comprando armamento para se defender um possível ataque ou invasão dos Estados Unidos.

O editorial desta segunda-feira foi acompanhado por um relatório em que investigadores cubanos da segurança de Estado detalham planos de atentados contra Fidel, atribuídos à CIA americana. O artigo é publicado no início da semana em que a CIA revelará documentos tornados públicos e que, segundo o Granma, corrobora os planos de assassinato contra o líder da revolução cubana.