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Politica Brasil
Terça - 12 de Junho de 2007 às 16:20

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Depois de defender a formação de uma frente parlamentar para proteger o setor agropecuário, cobrando do governo federal a inclusão do setor junto aos segmentos da economia beneficiados com medidas preventivas pela queda do dólar, o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), ocupou hoje (12), a tribuna para abordar novamente o tema.

Bezerra ressaltou que a queda do dólar está "mudando o mapa agrícola do Brasil". Ele citou dados que mostram as regiões do Sul como as mais rentáveis para exportação, contrariando dados que apontavam o Centro-Oeste como o eldorado do agronegócio, nos últimos 15 anos, em razão das terras mais baratas.

Como exemplo, Bezerra citou que, com o dólar inferior a R$ 2,00 o lucro do produtor de milho no norte do Paraná fica em 28% do preço de exportação, já com os gastos com frete, enquanto em Rio Verde (GO), com o custo do frete, os ganhos ficam em 8,5% com a exportação.

Estudos da Companha Nacional de Abastecimento (Conab) demonstram que, ao se comparar a área cultivada com grãos nas safras de 2004/2005 e 2006/2007, constata-se um decréscimo de 11,5% na região Centro-Oeste e de 3,9% na Região Sul do País.

"Todos perderam com a desvalorização cambial, uns mais, outros menos", disse Bezerra. Na região Centro-Oeste, observou, o custo do frete da exportação de soja chega a 40% do preço da commoditie, enquanto que, para o produtor paranaense, o custo do frete equivale a 15% do valor do grão. Precisamos de um enfrentamento para implementar uma política econômica. O

agricultor brasileiro está submetido a juros de mercado, com elevadíssimas taxas, o que acabará inviabilizando a atividade agrícola. Entendo que o Governo deve incluir o setor agropecuário nos segmentos da economia nacional que serão beneficiados com medidas que compensem a queda do dólar", afirmou.

O deputado criticou a infra-estrutura viária, com péssimas estradas, o frete mais caro do mundo, barreiras protecionistas e o custo elevado da produção, em virtude do elevado preço dos insumos e dos combustíveis, capacidade estática de armazenagem e elevadas taxas portuárias.

Para o deputado, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), também falhou, por não contemplar um modelo econômico que abranja o programa da Agricultura Familiar e a reforma agrária. O PAC também, na visão de Bezerra, não contemplou os projetos de hidrovias e de ferrovias.

Bezerra citou ainda a questão do biocombustível, que o Brasil deverá ser o maior exportador mundial, e a larga produção do etanol, com a expansão da indústria canavieira.

O deputado Carlos Bezerra aproveitou para manifestar seu apoio à greve do Incra, ressaltando a importância do órgão para o desenvolvimento da agricultura familiar, e que há anos não contam com recomposição.

Eliene Lima (PP-MT), Waldir Maranhão (PP-MA), Mauro Benevides (PMDB-CE), entre outros, apartearam o deputado Bezerra, com destaque para o seu amplo conhecimento do agronegócio brasileiro. Eliene Lima enfatizou o Governo Bezerra (1987/90), que "marcou época na história de Mato Grosso".





Fonte: 24 Horas News

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