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Economia
Terça - 12 de Junho de 2007 às 14:29

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O governo federal anunciou nesta terça-feira (12) a criação de três linhas de crédito, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Tesouro Nacional, para compensar as empresas afetadas pela queda do dólar.

Atualmente em R$ 1,94, o dólar está no patamar mais baixo dos últimos seis anos. Isso gera dificuldades competitivas para as empresas brasileiras no mercado externo, pois suas exportações rendem menos reais, e também interno, com a maior concorrência dos produtos importados.

"O governo se preocupa com o fortalecimento da indústria nacional e com o aumento da nossa competitividade. O Brasil participa de um mundo globalizado que exige uma capacidade competitiva cada vez maior. Não podemos olhar só o presente. Estamos indo bem, mas temos que pensar que a indústria de transformação será um dos sustentáculos do crescimento no futuro do país", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo ele, essas não são as primeiras e nem as últimas medidas. "É um processo permanente, no qual vamos ajustando o foco para garantir que a indústria possa competir em pé de igualdade com a indústria de outros países. Não são medidas que vão beneficiar empresas ineficientes. Não estamos tomando medidas para proteger a ineficiência e sim para estimular a eficiência", afirmou o ministro da Fazenda.

Beneficiados

As linhas de crédito anunciadas pelo governo serão oferecidas a empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões dos seguintes setores: têxteis, calçados e artefatos de couro, confecções e móveis.

As linhas são de capital de giro, para investimentos e para exportações. Ao todo, serão R$ 3 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão virão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) Setorial. Os valores terão de ser contratados até dezembro de 2007.

Haverá ainda uma linha adicional para reestruturação de empresas, mas sem equalização de taxa de juros. Esta será uma linha especial para estimular as fusões e aquisições das empresas destes setores, como forma de manter o nível de emprego. Cada caso será avaliado em separado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Juros e condições

Para capital de giro, a taxa de juros estipulada foi de 8,5% ao ano. O prazo dos empréstimos, neste caso, é de 36 meses, e há uma carência de até 18 meses. Para investimento, os juros caem para 7% ao ano e o prazo é estendido para até oito anos de contrato. O período de carência é de até três anos. Para exportação, os juros são de 7% ao ano, o prazo é de 36 meses e a carência é de até 18 meses.

O governo informou, porém, que os empresários terão descontos nos juros se permanecerem adimplentes. No caso da linha de capital de giro, por exemplo, a taxa cai de 8,5% para 6,8% ao ano. Para investimentos e exportações, recua de 7% para 5,6% ao ano.

Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a taxa de juros praticada pela instituição para capital de giro, por exemplo, tem uma taxa em torno de 10,5% a 11% ao ano - se repassadas pelos bancos.

Já o ministro Guido Mantega avaliou que, com a redução dos juros para estas empresas, elas terão taxas compatíveis com os seus concorrentes de outros países. "Os juros são mais altos no Brasil. A gente só está dando condições de competitividade e de igualdade para estas empresas", disse ele. Acrescentou que a equalização de juros proporcionada não fere as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).





Fonte: G1

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