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Copa 2014
Terça - 16 de Abril de 2013 às 15:41

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A principal obra de mobilidade urbana de Cuiabá, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) viabilizado por causa da Copa do Mundo de 2014, que terá jogos na cidade, na primeira fase, é alvo de polêmicas e, por que não dizer, ciumeira de alguns estados e cidades de igual porte.
 


Fato é que, desde que foi definida a construção do modal, a cidade sofreu ataques de veículos de imprensa, especialmente paulista, acusando superfaturamento da obra e colocando em xeque a sua necessidade, já que Cuiabá não figura entre as maiores capitais.



 
O Portal UOL, ligado à Folha de São Paulo, um dos maiores grupos de mídia do país, já fez vários ataques, chamando o modal de "trem bilionário cuiabano". Curioso é que, na maioria das vezes, as matérias eram sempre assinadas pelo repórter Vinícius Segalla. Ele chegou a denunciar esquema de propina de R$ 80 milhões no processo licitatório, envolvendo o ex-assessor especial do vice-governador Chico Daltro (PSD), Rowles Magalhães. 

 
 
O RepórterMT pesquisou e constatou que, o primeiro VLT do estado de São Paulo, data de 1990, na cidade de Campinas, que tem cerca de 1,1 milhão de moradores, no interior do estado. O projeto, idealizado no governo do falecido Orestes Quércia (PMDB) está abandonado desde 1995. 

 
 
Moradores vizinhos de antigas estações denunciam que os locais viraram pontos de usuários de drogas, invasões de sem teto e lixo acumulado. 

 
 
Há o caso do bairro Cidade Jardim, onde  250 famílias a plataforma em novembro do ano passado e, segundo matéria do jornal SPTV, mais pessoas não paravam de chegar. A área em questão é federal e a prefeitura, mesmo assim, entrou com uma ação de reintegração de posse. 

 
 
Em outro ponto, na Vila Teixeira, a situação mostrada é de abandono, com lixo espalhado pela plataforma da estação. As bilheterias viraram pontos de usuários de drogas. Interessante é que, com uma situação tão deprimente e próxima,  alguns veículos de imprensa paulista insistem em condenar o VLT cuiabano. 



 
O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) foi uma tentativa de transporte sobre trilhos em Campinas que teve obras iniciadas em 1990, mas cinco anos depois foi desativado. O modal campineiro possuía, assim como o cuiabano, dois eixos de linhas, que totalizavam pouco mais de 15 km.

 
 
A diferença para Cuiabá é que não foi necessário adaptar, nem desapropriar áreas, já que usava trilhos da rede ferroviária já existente. Mesmo assim, custou em Cruzeiros, Cr$ 29,3 bilhões, ou US$ 50 milhões em valores da época. Difícil mensurar em valores de hoje, mas para efeito de comparação, o PIB brasileiro, naquele ano foi de cerca de US$ 400 bilhões. Hoje, alcança US$ 2,4 trilhões. 



Histórico: 
O sistema teve as obras iniciadas em julho de 1990 na gestão do então prefeito Jacó Bittar em parceria com o então governador Orestes Quércia. Recentemente o SPTV Campinas, com apresentação do jornalista revelado em Cuiabá, Eduardo Branbila, mostrou a situação degradante do VLT campineiro.



 
O modal, que utilizava o antigo leito da Ferrovia Sorocabana para reduzir custos e tempo do projeto. No dia 23 de novembro começou a funcionar com duas estações: Barão de Itapura e Aurélia.

 
 
 
A inauguração oficial foi em 15 de março de 1991, do trecho entre as estações, Central e Vila Teixeira, que funcionou gratuitamente durante dois anos no período da manhã. A inauguração comercial definitiva ocorreu somente no dia 22 de abril de 1993.

 
 
 
O traçado original era apenas um embrião do sistema que deveria continuar por trilhos da antiga Mogiana para outros bairros, tornando o sistema economicamente viável. Cada vagão tirava quatro ônibus do centro da cidade na época.

 
 
Para infelicidade dos campineiros, o projeto foi desprezado pelo prefeito seguinte, de outro partido, José Roberto Magalhães Teixeira do PSDB. Após sua morte, assumiu o vice,  Edivaldo Orsi, que também não deu importância ao modal. Segundo consta, as empresas de ônibus, à época, fizeram forte lobby contra o VLT e não aceitaram um sistema integrado de transporte, enterrando, de vez, o VLT no dia 17 de fevereiro de 1995.





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