Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica MT
Quarta - 10 de Abril de 2013 às 12:07
Por: Laura Petraglia

    Imprimir


Reprodução
Depois de a primeira negativa de liminar por parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que o desembargador Manoel Ornéllas seja afastado dos plantões criminais do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o Ministério Público Estadual (MPE) deve juntar todas as provas colhidas durante a ‘Operações Assepsia’, sobre corrupção no Judiciário e intermediação de venda de sentença, para entrar com um novo pedido.


 
 
Toda Operação girou em torno na tentativa de corrupção do assessor do juiz da Vara de Combate ao Crime ao Organizado, José de Arimatéia, para que ele por meio de subterfúgios fizesse ‘subir’ para o Tribunal de Justiça o processo relacionado à família Pagliuca, ligada ao narcotráfico e presa durante Opreção Maya. Com isso, o processo seria julgado por um desembargador ‘fechado’ com o grupo que soltaria os presos. 



 
Estranhamente, no final de janeiro (27) deste ano durante um plantão do TJMT, o desembargador Ornellas concedeu habeas corpus e soltou de uma só vez, sete acusados de tráfico. Um deles inclusive, já estava condenado desde dezembro. 

 
 
No pedido formulado ao CNJ, o MPE alega que o desembargador agiu contra o Regimento Interno do Judiciário ao colocar em liberdade os narcotraficantes. Foram soltos Adalberto Pagliuca Filho (apontado como líder), Regina Célia Cardoso Pagliuca (esposa do líder), Adalberto Pagliuca Neto (filho), Elaine Cristina Pagliuca da Silva, Regis Aristide Pagliuca, Lori Gasparini e Joelson Alves da Silva (genro).

 
 
Lori estava condenado desde o início de dezembro a 18 anos de reclusão, o que significa que o magistrado pode ter acatado o pedido de soltura do advogado sem consultar o Sistema Informatizado do Tribunal de Justiça e a situação funcional dos indivíduos, ou simplesmente ignorado a condenação. 

 
 
Entenda a Operação



 
O bacharel em direito Marcelo Santana que foi preso durante a Operação "Assepsia" desencadeada na manhã desta terça-feira (09) para combater um esquema de venda de sentença do Poder Judiciário utilizou o nome do presidente da Câmara de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD), e do desembargador Pedro Sakamoto como forma de influenciar o assessor do juiz José de Arimatéia a fazer parte do esquema de corrupção que visava soltar uma família de traficantes.

 
 
Consta da denúncia oferecia pelo Ministério Público à Justiça, ‘que em determinada ocasião, Marcelo chegou a mencionar ao assessor do juiz nomes de outros intermediários, entre eles o vereador João Emanuel, genro de um deputado estadual, bem como do desembargador Pedro Sakamoto, a pretexto de influir em eventual decisão de instância superior a ser tomada pelo desembargador, dizendo que o dinheiro da propina também se destinaria a Pedro Sakamoto’. 

 
 
Segundo o MPE, durante as investigações não foi possível angariar indícios que pudessem ao menos servir de início de prova da participação dessas autoridades, chegando-se a conclusão de que Marcelo vinha se utilizando do nome dessas pessoas para convencer o assessor do juiz a entrar no esquema. 

 
 
Por três vezes houve a tentativa de corrupção do assessor do juiz. Primeiro, por parte de Marcelo Santana, depois por pelo advogado Almar Busnello e posteriormente pelo funcionário do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Clodoaldo Souza Pimentel, que ofereceram a ele valores que oscilaram de R$ 1 a 1,5 milhão para que ele ‘convencesse’ Arimatéia a fazer a ação referente à soltura da família de traficantes Pagliucas (presa durante operação Mahyah) ‘subir’ para TJMT para que então fosse julgada pelo desembargador ‘fechado’ com eles. 

 
 
Por se tratar de uma organização criminosa, a referida ação penal tramitava na Vara Especializada contra o Crime Organizado, em Cuiabá. Foi então que o assessor contou para o juiz as tentativas de corrupção e ele ordenou que a denúncia fosse feita ao Gaeco. O grupo começou a investigar o caso e descobriu que eles agiam a mando do dono de um posto de combustível Prime, que funciona em Várzea Grande, Milton Rodrígues da Costa, tido como o principal mentor das investidas. 

 
 
Todos os denunciados pelo MPE estão presos, exceto Adalberto Pagliuca que desde o habeas corpus concedido por Ornellas está foragido. Milton havia sido pela Polícia Federal na quinta-feira passada, durante operação da Polícia Federal.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/23184/visualizar/