Em campanha por Lula, Maggi é hostilizado por ruralistas no Paraná
Um grupo de 20 produtores, liderados pelo presidente da Sociedade Rural de Cascavel, Alessandro Meneghel, chamou Maggi de "traidor "por apoiar Lula. No mesmo ato, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou medida do governo federal que vai beneficiar produtores rurais paranaenses.
Maggi era a principal estrela de reunião agendada pelo comitê suprapartidário Lula-Requião na Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), em Cascavel (498 km a oeste de Curitiba) com prefeitos e lideranças do oeste do Paraná. Um grupo de 20 produtores, com adesivos da campanha Osmar Dias (PDT) --adversário de Roberto Requião (PMDB) no segundo turno ao governo paranaense--, protestaram contra a decisão de Maggi, um dos maiores nomes do agronegócio nacional, em apoiar Lula.
Maggi justificou seu apoio a Lula como "a forma de o agronegócio ter um interlocutor com o próximo governo, já que o setor está todo com Alckmin". Na reunião, além de Maggi, estavam o presidente licenciado da Itaipu Binacional, Jorge Samek, o vice-governador e candidato a vice na chapa de Requião, Orlando Pessutti, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Em uma tentativa de conter os ânimos dos produtores, Bernardo anunciou que amanhã o governo federal vai publicar, no "Diário Oficial", medida provisória que reduz a área de amortecimento no entorno do parque nacional do Iguaçu. A área de amortecimento é o termo técnico que define que não se pode plantar organismos geneticamente modificados no entorno do parque.
Pela legislação atual, a área de amortecimento é de dez quilômetros no entorno do parque. No ano passado, empresas rurais e produtores foram multados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) por desrespeitarem a lei.
Bernardo anunciou que a MP irá diminuir de dez quilômetros para 500 metros a área de amortecimento. Com isso, as multas deverão ser canceladas. A decisão de reduzir a área de amortecimento é contestada por entidades ambientalistas, que consideram a medida uma decisão eleitoreira do governo federal.
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