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Politica Brasil
Quarta - 18 de Outubro de 2006 às 23:59

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Após a má notícia da pesquisa eleitoral, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) veio à cidade onde quer morar nos próximos quatro anos com uma missão: negar as acusações do adversário de que fará, se eleito, uma onda de privatizações.

Em território do funcionalismo público, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), ele partiu para ofensiva. Disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi quem privatizou os bancos do Estado do Maranhão (BEM) e do Estado do Ceará (BEC).

"Quero assumir o compromisso de desfazer o boato (de querer privatizar estatais). Me sinto até constrangido, porque é tão absurdo. No meu programa de governo, com 216 páginas, não tem uma linha que trate da privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras", justificou mais uma vez o candidato.

"Não privatizei um banco estadual. Não privatizei o banco Nossa Caixa (em São Paulo). Meu adversário privatizou dois bancos públicos", atacou. O BEM foi privatizado em fevereiro de 2004 e o BEC, em dezembro de 2005.

Esta foi a primeira vez que o candidato conseguiu sair da defensiva no tema das privatizações. Desde o debate da TV Bandeirantes, ele vem tendo que dar explicações sobre o "boato".

Nenhum militante da alta cúpula da campanha admite em público, mas muitos interlocutores do candidato classificaram como eficiente a "estratégia inimiga" de gerar no eleitorado o medo das privatizações. Alguns, inclusive, chegam a usar "tática de guerrilha" para justificar o mal desempenho do oposicionista na pesquisa.

Pesquisa Datafolha divulgada na noite de terça-feira mostrou que o petista ampliou sua vantagem para 20 pontos percentuais em relação a Alckmin.

O presidenciável tucano preparou a cena desta tarde para refutar a "ânsia privatista" que o governo lhe imputa. Ao final do evento, diante do assédio das câmeras, ele vestiu uma jaqueta caqui com as logomarcas das três estatais (BB, CEF e Petrobras), especialmente confeccionada por sua assessoria.

São exatamente essas empresas que, segundo a campanha de Lula, deixariam de ser públicas caso o PSDB assumisse o Palácio do Planalto.

"Não há nada que se sustente sobre a mentira. Eles (o governo do PT) não reestatizaram nada e, agora, mentem e fazem boato sobre minha proposta", completou.

Diante de alguns servidores do BB, ele resgatou a biografia para identificar-se com o público que tentava conquistar, tradicionalmente eleitor do PT.

"Sou filho de funcionário público", repetiu Alckmin três vezes ao longo do dia. Seu pai trabalhou na Secretaria de Agricultura de São Paulo.

"Quero ser o presidente do bicentenário", dizia ele para agradar a platéia. Em 2008, o BB completará 200 anos de fundação.

O presidente-candidato Lula também foi convidado a visitar a associação, mas ainda não havia confirmado presença, segundo a diretoria do órgão, hoje com cem mil associados.

Antes do encontro, Alckmin recebeu em seu comitê parlamentares e lideranças do agronegócio do Mato Grosso, num movimento que tentou neutralizar o apoio do governador reeleito no Estado, Blairo Maggi, a Lula.





Fonte: Reuters

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