Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Educação/Vestibular
Quarta - 11 de Outubro de 2006 às 23:59
Por: Nika Pereira

    Imprimir


A etnia Arara, que ao longo dos anos, teve o povo quase dizimado pela mão do homem branco, tenta hoje o resgate da cultura por meio da Educação. É na Escola Estadual Indígena Adeca Vela Arara, na Aldeia Fonte Nova (a 50 km do município de Aripuanã e 976 km de Cuiabá), que eles tentam mudar a história e garantir um futuro melhor para as crianças índias.

A iniciativa é do diretor Aldecir Arara, que junto com a equipe de profissionais da escola, desenvolve projetos inovadores como a construção do alfabeto do povo Arara, que tem a língua materna o Tupi-Ramarana. Além disso, as atividades trabalham o artesanato Arara. “Estamos construindo o projeto político pedagógico da escola, junto com a comunidade, para através dele, fortalecer os projetos e resgatar a nossa cultura”, explica.

Entre outros projetos estão: a criação de um viveiro com frutas nativas; cupuaçu, maracujá, açaí, abacaba, patuá e seringa; e a implantação da horta, onde são plantadas mandioca, milho, batata e verduras. Na disciplina de Língua Portuguesa são trabalhados; produção, interpretação e ilustração de textos. “Os projetos visam valorizar a cultura, procurando adaptar a uma outra realidade – que a do branco”, disse Aldecir.

Uma luta que começou nos anos 70, quando foram expulsos da terra por grileiros e fazendeiros. A etnia que já teve 10 mil índios resiste com pouco mais de 273 pessoas. “Fomos expulsos da nossa terra e obrigados a se dividir em grupos e migrar para outras regiões – Rondônia e Amazonas”, relata o diretor.

Foi em 1992, que o povo Arara conseguiu retomar as terras roubadas. “Sabemos que a educação é uma forma de defender, valorizar a nossa cultura, sem deixar de conhecer outra sociedade, mesmo porque não tem como a gente ignorar o processo de desenvolvimento das sociedades”, salienta.

Aldecir já foi professor de alfabetização, de 1ª a 4ª séries, atualmente é diretor da escola, cargo que ocupa há quatro anos. Na unidade escolar são sete professores, quatro índios e três não-índios, para atender 75 alunos do 1º e 2º ciclos e de 5ª a 8ª séries.

“Acredito que, nós, enquanto professores, sejamos brancos ou índios, temos uma grande missão: fazer com que as nossas diferenças sejam aceitas. Tentar passar o conhecimento de geração a geração, sem distinção de cor, raça ou credo”, finaliza Aldecir Arara.





Fonte: Da Assessoria

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/269093/visualizar/