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Educação/Vestibular
Quarta - 11 de Outubro de 2006 às 21:51
Por: Aluízio Azevedo

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A professora Irandi Rodrigues Silva, 48, já perdeu as contas de quantos alunos alfabetizou a longo dos quase 20 anos de Magistério. Efetiva da rede estadual de ensino desde 1989, ela iniciou a carreira na Escola Estadual “Antonio Hortolani”, localizada no distrito São Joaquim, que fica a 30 km de Tangará da Serra (a 240 km de Cuiabá).

Nesta comunidade rural, a mestre se dedicou por mais de três anos consecutivos aos trabalhos de alfabetização. A hora-atividade sempre foi recheada dos reforços aos alunos e a preparação dos conteúdos. As salas de aula onde trabalhou sempre foram muito enfeitadas e decoradas. Números coloridos, figuras geométricas de todas as formas e tamanhos, lápis de cor, canetinha e giz de cera, são peças e ferramentas de trabalho que nunca faltaram em sua didática.

“O prazer de lecionar para esta idade, em que a escrita se torna mais uma descoberta do mundo, está no processo lúdico das crianças. Elas conseguem ser originais mesmo nas horas mais difíceis e estão sempre nos surpreendendo. Às vezes é preciso ser dura, mas é sempre mais fácil e gratificante ensinar para as crianças”, destaca Irandi.

A profissão foi conquistada com muita força de vontade. Para conseguir se formar em Magistério, primeiro passou pela Educação de Jovens e Adultos, quando estava grávida do segundo filho (1980). Já a faculdade de Pedagogia foi conquistada em 1994. O gosto pelos estudos continuou e logo em seguida fez uma especialização em Psicopedagogia.

Tudo isso para, segundo ela, ensinar melhor os seus alunos. O gosto pela profissão foi tomando aos poucos e em contato com as muitas crianças que passou pelas suas mãos. A maior felicidade enquanto profissional é ver alunos seus ingressarem na faculdade. “É muito bom saber que aquele jovem que passou na faculdade aprendeu a ler com você. É uma sensação única. Dá gosto ver os meus pequenos alunos descobrindo o mundo das letras”, ressalta ela.

A professora também já alfabetizou jovens e adultos em serviços voluntários na época da faculdade. Foram dois anos consecutivos ensinando e alfabetizando pessoas adultas e idosas que não tinham oportunidade de estudar. “Este é também um trabalho muito gratificante. É muito especial quando vemos jovens, adultos e idosos soletrando as primeiras letras”, relembra emocionada.

Hoje ela leciona o primeiro Ciclo na Escola Estadual “Vereador Bento Muniz”, também localizada em Tangará da Serra. Não costuma perder um curso de formação continuada. Os últimos que participou foram: “Eterno Aprendiz” e “Aprimorar Digital”, ambos oferecidos pela Secretaria de Estado e Educação (Seduc). O primeiro, de Língua Portuguesa e Matemática e o segundo de Informática Básica. “Já fiz todos as metodologias trazidas pelo Eterno Aprendiz com os alunos. Agora estou aprendendo informática para repassar aos pequenos”, explica.

Dedicada, a professora sempre busca novas propostas de ensino e inovações pedagógicas. “Trabalho com uma perspectiva de integralização do aluno em todos as aspectos de sua formação, sem ficar me apegando apenas ao conteúdo curricular, o que é essencial para os pequenos”, observa ela. Conforme Irandi, a didática passa pela coordenação motora dos alunos e os estímulos a cognição e integração social.

“Entendemos que o desenvolvimento de uma criança não se resume apenas à alfabetização. Educar é um processo global e complexo, onde devemos primar sempre pela educação para a formação humana e da vida, principalmente quando temos em nossas mãos as crianças”, finaliza.





Fonte: Da Assessoria

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