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Nacional
Quinta - 05 de Outubro de 2006 às 08:36

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Usados pela oposição na campanha contra a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os escândalos do mensalão e dos sanguessugas resultaram na redução das bancadas dos evangélicos e dos sindicalistas na Câmara dos Deputados. Líderes dos dois grupos apostam na cooptação de deputados recém-eleitos para não perder densidade política na próxima legislatura. Também tiveram baixas as bancadas da saúde e da bala. Os ruralistas, no entanto, trilharam caminho oposto.

De 61 integrantes da bancada evangélica, apenas 15 foram reeleitos. Do seleto grupo, não faz parte o presidente da bancada, deputado Adelor Vieira (PMDB-SC), denunciado por envolvimento na máfia das ambulâncias. O vice-presidente, deputado Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE), também foi reprovado nas urnas, conquistando só a condição de primeiro suplente. Os dois parlamentares não responderam aos telefonemas da reportagem. Segundo a assessoria de Vieira, pelo menos três novos deputados integrarão a bancada no ano que vem.

A princípio, seriam dois pastores e um bispo, mas os nomes não foram citados. A bancada da saúde perdeu cerca de 50% de musculatura. Dos 243 parlamentares que a compunham, 128 renovaram os mandatos. "Nossa renovação será de mais ou menos 50%, o mesmo índice de renovação da Câmara", disse o deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), líder da frente parlamentar da saúde.

Pesquisa do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que a bancada sindicalista - hoje com 68 deputados - contará com 38 parlamentares reeleitos e 16 novatos. A grande maioria é do PT. Um dos principais nomes novos da bancada, no entanto, será Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), ex-presidente da Força Sindical que faz oposição ao governo Lula. Um dos integrantes da bancada, deputado Vicentinho (PT-SP), atribuiu a queda, por exemplo, à crise enfrentada pelo PT devido ao escândalo do mensalão.

A bancada da bala não conseguiu reeleger os deputados Cabo Júlio (PMDB-MG), Coronel Alves (PL-AP) e Luiz Antonio Fleury (PTB-SP), porém, ganhará a adesão do Coronel Paes de Lira (PTC-SP). O líder da frente parlamentar, deputado Alberto Fraga (PFL-DF), comemora a derrota de parlamentares adversários. Entre eles, Luiz Eduardo Greenalgh (PT-SP) e Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), defensores do voto "sim" no referendo do desarmamento.

Considerada uma das mais fortes da Câmara, a bancada ruralista será ainda mais robusta na próxima legislatura. Segundo um de seus principais líderes, deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO), as informações preliminares mostram que a bancada cresceu nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Pela primeira vez, conseguiu eleger um deputado no Mato Grosso. Trata-se de Homero Pereira (PPS-MT), presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

A única derrota contabilizada até agora, disse Caiado, é a do deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG). "O setor (agropecuário) tomou consciência da importância de ter uma bancada que o defenda", disse Caiado. "O setor já passa por uma crise. Se não tivesse a bancada, a situação seria pior."





Fonte: Terra

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