História da África é reconstituída por professora da UNB
Conforme explica Selma Pantoja, “O ensino sobre o Continente africano no Brasil, ao decorrer das décadas, tem sido totalmente equivocado”. Para ela, a história e a imagem do Continente africano, mostrada nos livros didáticos é completamente deturpada e equivocada. Desta forma, professores devem despertar para uma perspectiva sobre o continente. “A compreensão do continente e a representação dele no imaginário das pessoas é um reflexo da desinformação”, disse.
Em seu discurso, a historiadora, defendeu que a representação do continente nos livros aparece de duas formas: a primeira é aquela de um mundo exótico e selvagem e, onde só tem guerras e miséria. A outra, é uma imagem congelada, como uma foto e, totalmente oposta à primeira. Nessa última, faz-se um conceito de que tudo é belo e místico. “Essas duas imagens são ruins porque tiram o continente da história. E o que a torna histórica é o movimento, os acontecimentos”, afirmou.
“A nossa proposta é trabalhar essas imagens de forma diferente, ou seja, detalhadamente, da mesma forma que se estudam os continentes Americano e Europeu. Para isso é necessário um investimento em estudos e divulgação dos países africanos para mudar essa imagem”, sugeriu Selma, que é pesquisadora em historiografia (o estudo da história).
A Lei 10.639/03, que institui o ensino obrigatório de História da África nos currículos da educação básica, também foi destacada por ela durante a palestra. “As Leis afirmativas e as cotas, são pontos positivos para a questão da diversidade racial. A Lei está possibilitando um momento de transformação e isso exige um novo aprendizado. Mas para isso acontecer depende da prática e do conhecimento dos profissionais da educação”, concluiu a professora
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