Medicamento mostra aumento na secreção de insulina e melhora no controle do diabetes tipo 2
As descobertas do estudo são parte de uma série de testes tipo duplo-cego -- um experimento em que nem o médico nem o paciente sabem qual indivíduo recebeu o medicamento em teste. A informação é revelada somente no término do estudo. No total, foram pesquisados 39 pacientes, previamente tratados com dietas ou com um único agente antidiabético oral. A pesquisa durou 14 semanas, sendo que uma parte dos pacientes foi submetida à aplicação de uma a três doses diárias de Liraglutide, e a outra parte dos envolvidos foi tratada com placebo.
O estudo clínico também comprovou que o Liraglutide, que é um medicamento análogo em forma injetável, melhora o controle dos níveis de glicemia no sangue. O remédio ainda proporciona progressiva redução de peso aos pacientes com diabetes tipo 2, quando submetidos a doses maiores do medicamento, uma vez que ajuda a regular o apetite. O Liraglutide apresentou redução de peso corporal em aproximadamente 3 kg versus uma média de 1,2 kg nos pacientes que receberam o placebo, após as 14 semanas.
Além disso, a secreção de insulina aumentou em até 124% na chamada “primeira fase” de resposta da insulina, que é tipicamente diminuída no Diabetes Tipo 2.
“O número de casos de diabetes tipo 2 continua a crescer no mundo todo, e precisamos pesquisar e desenvolver novos tratamentos para esse problema,” afirma o pesquisador do estudo Sten Madsbad, do Departamento de Endocrinologia do Hospital Hvidovre da Universidade de Copenhague, em Hvidovre, Dinamarca. “Estamos animados com esses resultados porque eles demonstram que o tratamento monoterápico com Liraglutide melhora significativamente o controle da glicose no sangue sem o risco de pequenas ou grandes hipoglicemias, é bem tolerado, diminui o peso e pode ajudar a melhorar a capacidade do corpo de produzir insulina”.
As células beta do pâncreas são responsáveis por produzir insulina, um hormônio que ajuda a transportar a glicose da corrente sanguínea para as células do corpo, fornecendo a elas uma importante fonte de energia e evitando que a glicose do sangue se torne perigosamente alta. Pessoas portadoras de diabetes tipo 2, a forma mais comum do problema, não produzem insulina suficiente ou suas células são menos sensíveis a ela. Enquanto dietas, exercícios e perda de peso podem inicialmente manter o controle dos níveis de glicose no sangue (controle glicêmico), o funcionamento das células beta piora com o tempo, necessitando de tratamentos com um ou mais agentes antidiabéticos orais (ADO) que aumentam a secreção de insulina ou intensificam a sensibilidade à insulina. Já que o funcionamento das células beta piora com o tempo e o tratamento com antidiabéticos orais eventualmente falha, tornando necessário o tratamento com insulina.
Um dos problemas do tratamento com insulina e outros antidiabéticos orais é que eles podem reduzir a glicose do sangue a níveis muito baixos (hipoglicemia), o que também pode ser perigoso. O Liraglutide age para baixar a glicose no sangue somente quando os níveis estão muito elevados e estudos demonstram que está associado a um baixo risco de hipoglicemia. Além do mais, em estudos com animais, o Liraglutide tem demonstrado reduzir a apoptose (morte celular programada) e aumentar a massa das células beta.
Sobre o Liraglutide
Atualmente, na fase 3 do Estudo Clínico, o Liraglutide é um análogo de longa ação do hormônio natural, (Glucagon-Like Peptide-1 - GLP-1), que é rapidamente desmembrado no corpo e, portanto, não é prático para tratamentos de diabetes tipo 2. O GLP-1 é liberado no trato gastrointestinal durante a digestão da comida. Quando os níveis de glicose se tornam muito altos, o GLP-1 aciona a liberação da glicose do pâncreas e diminui a secreção de glucagon, um hormônio que promove a síntese da glicose no fígado. O GLP-1 aciona a liberação da insulina de uma forma dependente da glicose, o que significa que somente há liberação de secreção de insulina se a glicose no sangue está muito alta. Essa característica resulta em pequeno risco de hipoglicemia, o que foi confirmado em uma série de estudos nos quais o GLP-1 foi aplicado subcutaneamente.
Os estudos até o momento mostram que o Liraglutide melhora significativamente o controle glicêmico em tratamentos monoterápicos ou em tratamentos combinados com metformina. Testes clínicos demonstram que o liraglutide:
Age de forma dependente da glicose, o que significa que estimula a secreção de insulina e i
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