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Internacional
Segunda - 25 de Setembro de 2006 às 05:09

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O deputado e porta-voz do Movimento de Resistência Islâmica Hamas, Mushier al-Masri, condicionou hoje a formação de um Governo palestino de unidade com o Fatah à adoção do chamado "Documento dos prisioneiros".

"Todas as facções palestinas se puseram de acordo em torno desse Documento, pois não inclui o reconhecimento da ocupação e mantém os princípios nacionais", afirmou Masri às vésperas do reatamento das negociações para formar um Governo de unidade.

O porta-voz do Hamas replicou assim o deputado Saeb Erekat, do Fatah, negociador da Autoridade Nacional Palestina (ANP) com Israel, que advertiu ontem que a comunidade internacional não reconhecerá o Governo de unidade se este por sua vez não reconhecer Israel.

O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, líder do Fatah, e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Hamas, voltarão a reunir-se em Gaza, mas ainda não foi divulgado se o encontro será hoje ou amanhã.

Abbas acusou no sábado, no Cairo, o Hamas de frustrar a criação do gabinete de união nacional após ter anunciado há duas semanas, junto com Haniyeh, que o formariam "em 48 horas".

O "Documento dos prisioneiros" é uma proposta de paz formulada há meses por dirigentes do Fatah, entre eles Marwan Barghouthi, e representantes do Hamas reclusos em uma prisão israelense.

O Hamas assegura que esse documento não reconhece Israel, e por isso o adota como base para a plataforma do novo Governo de unidade.

"O Documento diz que os direitos do povo palestino não expiram jamais, e que a ocupação não é legítima", precisou Masri.

A expressão "ocupação" não se refere somente às regiões palestinas ainda sob controle de Israel desde a "Guerra dos Seis Dias", de 1967, mas a todo o seu território, considerado pelo Hamas parte integral da "Palestina islâmica".

Um assessor do presidente Abbas, Abdel Abed Rahman, manifestou aos jornalistas palestinos que, se o Hamas conitnuar sustentando esses princípios, "não poderá liderar nenhum Governo palestino".

Por sua parte, o ministro de Assuntos Exteriores da ANP, Mahmoud Zahar, do Hamas, declarou hoje à emissora de TV "Al Arabiya" que o "Hamas não está disposto a agradar o Ocidente" reconhecendo o estado de Israel, membro da ONU.

Se as tentativas para concretizar a plataforma de um Governo de Unidade voltarem a fracassar, Abbas está facultado por lei a dispersar o atual Governo do Hamas. Mas se outro Governo for formado em seu lugar, terá de conseguir o voto de confiança do Conselho Legislativo, onde os fundamentalistas contam com folgada maioria.





Fonte: EFE

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