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Cultura
Segunda - 28 de Agosto de 2006 às 07:55

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Mantendo o peso que arrebanhou uma horda de fãs, a banda brasileira Sepultura resolveu arriscar em duas frentes: gravar Dante XXI, um álbum conceitual baseado na obra A Divina Comédia, do autor italiano Dante Alighieri, e lançar este disco via selo próprio, a Krako Records, criado pelo baixista Paulo Xisto e pelo cineasta André Moraes. Foi a saída achada pela banda, que, segundo o guitarrista Andreas Kisser, "nem pagando jabá toca nas rádios daqui".

Se uma saída visa a maior liberdade de ação no território comercial, a segunda serve para mudar de ares. "A idéia veio da vontade de fazer algo diferente", conta Andreas. "Sugeri fazermos baseado em Laranja Mecânica (do autor Anthony Burgess), mas o Derrick (Green, vocalista) falou no Divina Comédia, que ele leu na escola."

O resultado é um álbum que toma o livro como referência, tanto nas melodias quanto na arte do CD e nas letras. O álbum divide-se entre Inferno, Purgatório e Paraíso, cada qual com uma sonoridade distinta. A iniciativa não chega a ser, em si, inovadora, mas Andreas aponta a principal diferença em relação a outros trabalhos inspirados na obra. "O que torna nosso Dante especial é a conexão que fazemos com os dias de hoje", opina Andreas.

A faixa Dark Wood of Error, que abre o disco, menciona diretamente os EUA, o Reino Unido e as Nações Unidas como as cabeças da "Besta" que obstrui o caminho de Dante. "Essas três instituições comandam o mundo e são responsáveis por coisas como as taxas de agricultura ou burocracia", explica Andreas.

A recepção, até agora, tem sido positiva, avaliam os músicos, "até entre os fundamentalistas da era Roots (disco de 1996)". A avaliação fica mais difícil de ser feita quando o assunto é a saída do baterista Iggor Cavalera. "Não dá pra falar de forma geral como é a reação. Respeito a atitude dele de sair nesse momento", diz Andreas. "As portas estão sempre abertas", completa.

No lugar de Iggor foi escalado o mineiro Jean Dolabella, 28 anos, ex-Udora e fã confesso do Sepultura. "Um dos primeiros shows que vi na vida foi do Sepultura", conta o músico.

Quanto às novidades, Paulo Xisto resume: "É diferente mas é igual, mesmo com a entrada do Jean: a mesma pegada, o mesmo espírito".





Fonte: Terra

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