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Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 18 de Agosto de 2006 às 15:40

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A calmaria do quartel-general do Exército libanês em sua operação rumo ao sul do país só é alterada por um pequeno movimento de tropas e veículos militares, e a única paisagem, a apenas sete quilômetros da fronteira com Israel, é de desolação e ruínas. São raros os refugiados e deslocados que se atreveram a voltar para casa nesta região do país, onde aconteceram os combates corpo a corpo mais sangrentos do conflito entre o Exército israelense e o Hisbolá.

Em Al-Jiyam, localidade próxima a Marjaiyun - onde fica a famosa prisão na qual Israel mantinha presos rebeldes do Hisbolá até sua saída do sul do Líbano em 2000 - os ataques foram devastadores.

Al-Jiyam é um povoado fantasma, onde praticamente todos os edifícios foram destruídos, os postos de gasolina estão arrasados, os campos foram queimados e as ruínas estão cheias de restos de morteiros e bombas do Exército israelense que ficaram sem explodir.

As poucas paredes que permaneceram de pé estão cheias de buracos por causa dos ataques com metralhadora dos helicópteros Apache de Israel e também dos duros combates corpo a corpo que foram travados na região.

Da antiga prisão, transformada no museu da resistência do Hisbolá após a retirada israelense, não resta praticamente nada. O presídio fica sobre uma colina de onde é possível ver uma extensa área fronteiriça.

Sobre ela, entre milhares de escombros, restam um canhão de artilharia do Hisbolá, um pequeno jipe e três veículos blindados destruídos.

Como símbolo da presença humana resta apenas Ahmed, o guarda do museu, que ficou confinado na antiga prisão e que se empenha para manter tremulando uma imensa bandeira do Hisbolá no topo da colina.

"Israel nos bombardeou tantas vezes que ainda demorará muito tempo para que as pessoas acreditem que acabou", afirmou Nadim, um comerciante de 70 anos e um dos poucos habitantes de Al-Jiyam que, com sua mulher e seu filho, não abandonou sua casa durante o conflito.

"Prefiro morrer a ter que deixar minha casa", afirma Nadim na sala de sua pequena casa, que está com todos os vidros quebrados em razão do impacto das bombas de Israel.

O comerciante não esconde sua simpatia pelo Hisbolá e está convencido de que os Estados Unidos e Israel "têm um plano para eliminar a população do Oriente Médio, em especial os libaneses, pois aqui existe democracia".

"Caso o objetivo deles fosse destruir o Hisbolá, o que aconteceu é que agora o grupo conta não apenas com o apoio dos xiitas, mas de todos os libaneses", declarou.

Em Al-Jiyam também não são vistos soldados do Exército libanês e as forças da ONU. Há apenas grandes cartazes dos "mártires" do Hisbolá por todo lado, junto com alguns retratos de aiatolás iranianos.

Pouco antes de entrar em Marjaiyun, foi fixada uma mensagem em inglês para o Exército de Israel: "Vocês destruíram as pontes, nós entramos no coração das pessoas".

Mais à frente, próximo de um posto de gasolina totalmente destruído, há outro cartaz com os seguintes dizeres: "O grande Líbano venceu os assassinos".





Fonte: EFE

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