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Politica Brasil
Segunda - 19 de Junho de 2006 às 12:00

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A equipe técnica da CPI dos Correios encontrou indícios de que o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) pode ter recebido pelo menos R$ 30 mil a mais do "valerioduto" do que os R$ 50 mil já admitidos por ele.

Um cruzamento de dados feito pela já encerrada CPI mostra que Silvana Paz Japiassu, assessora de João Paulo, esteve duas vezes na agência do Banco Rural em Brasília, onde o mensalão era distribuído.

Numa das idas de Silvana ao banco, no dia 16 de abril de 2004, Eliane Alves Lopes, funcionária da SMPB, também foi ao Rural e sacou R$ 30 mil. No mesmo dia, Silvana recebeu duas ligações da SMPB.

Eliane foi apontada pela CPI como integrante operacional do esquema de caixa dois comandado pelo empresário Marcos Valério de Souza. Ela era responsável pelos saques da conta corrente da empresa e pelo repasse dos valores aos assessores dos deputados.

Os dados referentes a Silvana Japiassu constam na última versão da lista elaborada pela CPI com nomes de 50 assessores parlamentares que foram à agência do Rural em Brasília.

O levantamento não relacionou apenas as idas dos funcionários da Câmara a saques no banco. Foram feitos também cruzamentos de ligações entre os gabinetes dos deputados, celulares dos funcionários parlamentares e telefonemas das agência de publicidade de Valério. A lista, porém, não aponta conclusões. Em muitos casos, os deputados apresentaram comprovantes de pagamentos de contas nas datas em que seus assessores estiveram no Rural.

Justamente por não ter condições de provar ou descartar o envolvimento desses funcionários parlamentares com o mensalão, a CPI havia decidido encaminhar a lista ao MPF (Ministério Público Federal), mas, até a última sexta-feira, a reportagem não conseguiu confirmar o envio do documento.

Assessora

Ao obter a cópia de uma das primeiras versões da lista com os assessores dos 50 deputados, a Folha contatou Silvana Japiassu, cerca de dois meses atrás, e ela disse ter ido ao Rural pagar contas do deputado.

Ao ser questionada sobre quais contas seriam essas, ela disse que as perguntas deveriam ser feitas a João Paulo.

Na primeira lista de mensaleiros João Paulo apareceu como tendo recebido um valor de R$ 200 mil.

A primeira versão de João Paulo era que sua mulher, Márcia Milanésio, teria ido ao Rural para pagar uma conta da TV a cabo. Depois, o deputado admitiu ter recebido dinheiro, mas disse que não eram R$ 200 mil, mas R$ 50 mil.

Na última versão para justificar a quantia, disse que teria usado os recursos para o pagamento de pesquisas em Osasco (SP), seu reduto eleitoral.





Fonte: 24Horas News

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