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Nacional
Segunda - 29 de Maio de 2006 às 23:38

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No Amazonas, seis municípios estão em estado de alerta e seis, em estado de emergência, por causa das cheias que atingem especialmente a região do Baixo Amazonas. "Neste mês já choveu 437,2 milímetros, sendo que a média histórica para o período é de 256,3 milímetros. Ou seja: choveu 70,6% a mais do que o esperado", revelou hoje (29) o gerente de Hidrologia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel Oliveira.

De acordo com dados da Defesa Civil Estadual, pelo menos 2,3 mil famílias de 107 comunidades rurais localizadas na beira de rios e lagos tiveram as casas ou plantações inundadas. Dessas famílias, 290 vivem em Barreirinha, onde a prefeitura decretou estado de calamidade pública, ainda não reconhecido pelo governo estadual.

"Na minha opinião, nós não temos ainda nenhum município em estado de calamidade. Mas os técnicos da Defesa Civil Estadual estão lá, colhendo dados para fazer essa avaliação", explicou o secretário de governo do Amazonas, José Melo.

Segundo ele, o governador Eduardo Braga enviou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma carta pedindo autorização para distribuir cestas básicas, remédios e material de construção no interior do estado, durante o período de campanha eleitoral.

"Nos próximos 90 dias, as águas vão baixar e as pessoas enfrentarão a realidade das casas destruídas, do aumento de doenças, da falta de alimentos. O governador é candidato à reeleição e não quer que suas ações sejam encaradas como eleitoreiras", justifica o secretário.

No começo do ano, quem sofreu com a cheia antecipada foram os municípios ao longo dos rios Purus e Madeira. Nessas duas regiões, o governo estadual fez convênio com cinco prefeituras (de Boca do Acre, Lábrea, Pauini, Manicoré e Humaitá), repassando recursos para ajudar no socorro aos ribeirinhos.

"Os municípios menores receberam R$ 50 mil; os maiores, R$ 100 mil", detalhou Melo. "Agora estamos firmando convênio com Borba, Nova Olinda do Norte e Novo Aripuanã."

De acordo com o gerente de Hidrologia da CPRM, em Manicoré – o município mais afetado pela cheia do rio Madeira – as águas ficaram 51 centímetros acima da cota de emergência. "Elas atingiram seu pico em 28 de abril, com 26,10 metros. E desde estão baixando regularmente", disse Oliveira.

O nível do rio Solimões em Parintins (pólo do Baixo Amazonas) registrado no último dia 23 era de 8,75 metros – abaixo da cota de emergência, que é de 9,27 metros. A cidade é uma das consideradas pelo governo estadual em estado de emergência – as outras são Careiro da Várzea, Manacapuru, Nhamundá, Itacoatiara e Barreirinha. Já os municípios em estado de alerta são Itapiranga, Urucará, São Sebastião do Uatumã, Boa Vista do Ramos, Maués e Manaquiri.

"A experiência da seca no ano passado foi importante para desenvolvermos um trabalho conjunto de atendimento rápido aos moradores do interior", argumentou o secretário amazonense. "Estamos monitorando constantemente o nível dos rios, com ajuda do Sipam ( Sistema de Proteção da Amazônia ), da CPRM e da Ana ( Agência Nacional de Águas )."





Fonte: ABR

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