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Nacional
Quinta - 18 de Maio de 2006 às 11:45

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Os ambientalistas estão convocando a população de Santarém (PA) para participar, no próximo domingo, de um protesto "Pela floresta em pé e contra a violência", em respostas às agressões sofridas por ativistas do Greenpeace que há uma semana estão no município. O clima entre eles e os produtores de soja é tenso e há risco de novo confronto – como os ocorridos no último fim de semana, que deixaram três ecologistas internacionais e um fotógrafo santareno feridos.

"Vai ser uma caminhada de manhã pela cidade, organizada pelo GTA [Grupo de Trabalho Amazônico, rede que reúne 600 entidades de toda a Amazônia brasileira], pelo Sindicato de Trabalhadores Rurais e pela Frente de Defesa da Floresta [ articulação local]", explicou hoje (20) o coordenador do Programa de Áreas Protegidas da Campanha Amazônia, André Mugiatti.

A Campanha Amazônia existe desde 1998, quando o Greenpeace instalou um escritório em Manaus (AM). "Agora estamos centrados na luta contra a soja, que não convie com a floresta, que exige agrotóxicos", detalhou Mugiatti. "Ela não tem participação majoritária no desmatamento, mas mobiliza capital e tem grande potencial destruidor".

Os sojeiros questionam essa visão, alegando que há interesses internacionais nas manifestações do Greenpeace. "Nós sabemos o que está por trás disso: é o interesse dos países ricos, o me da concorrência da soja produzida no meio oeste do Pará. Ela representa uma ameaça maior do que a soja do Mato Grosso, porque está perto do porto exportador ( a multinacional Cargill constriu um terminal graneleiro em Santarém )", argumentou o presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Santarém, Adinor Batista. "Temos hoje em Belterra e Santarém 59 mil hectares de plantação de arroz, contra 25 mil hectares de soja. Por que ninguém protesta contra o arroz, contra o milho?".

Batista afirmou que alguns produtores sugeriram organizar um protesto contra o Greenpeace e a favor da soja, simultâneo à manifestação dos ambientalistas. "A gente conseguiu fazê-los mudar de idéia. Podemos ter nossa caminhada, sim, mas no dia e horário que nós acharmos melhor".





Fonte: Só Notícias

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