<b>Penha sugere HD para provar envolvimento de parlamentares</b>

Em depoimento encerrado há pouco, a ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, sugeriu que o Supremo Tribunal Federal autorize a investigação dos parlamentares supostamente envolvidos no escândalo das ambulâncias, a partir do HD da Planam, empresa que vencia licitações fraudadas na esfera federal em pelo menos três ministérios.

Penha e Darci José Vedoin, sócio da Planam, depuseram hoje na comissão de sindicância da Câmara dos Deputados. Ela é acusada de integrar o esquema de superfaturamento e pagamento de propinas na aquisição de ambulâncias e equipamentos hospitalares por prefeituras. O HD foi entregue ontem ao Supremo e contém informações referentes à época em que atuava na Planam, até meados do ano passado.

O corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), disse que Penha manteve em seu depoimento todas as denúncias feitas até agora. No entanto, na avaliação de Nogueira, o depoimento dela estaria prejudicado. De acordo com ele, Penha estaria em dúvida sobre o acordo da delação premiada.

Segundo Nogueira, ela disse no depoimento que era responsável pelos projetos de compra de ambulâncias, mas negou que conhecesse os deputados envolvidos no esquema. Ela ainda culpou o coordenador da operacao Sanguessuga, Tardelli Boaventura, pelo vazamento da lista de nomes da máfia da ambulância.

Vedoin depôs durante mais de uma hora e deixou o Instituto Nacional de Identificação, em Brasília, sem falar com a imprensa. Os depoimentos são realizados em reuniões fechadas.

Serão ouvidos ainda hoje:

- Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Alessandra Trevisan Vedoin, filhos de Darci Vedoin; - Cléia Trevisan, esposa de Darci Vedoin; - Gustavo Trevisan Gomes e Ronildo Pereira Medeiros, empresários supostamente ligados ao esquema; - Alessandro Silva de Assis, representante comercial da Planam; e - Felipe Fernandes Freitas, motorista da Planam identificado como a pessoa que levava os empresários ao Congresso Nacional.