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Polícia Brasil
Quarta - 17 de Maio de 2006 às 07:09

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O ex-cabo Hércules de Araújo Agostinho voltou atrás mais uma vez e negou ontem em depoimento à Justiça que o bicheiro João Arcanjo Ribeiro tenha sido o mandante da chacina que vitimou três jovens no dia 15 de maio de 2001, em Várzea Grande. Na chacina morreram Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura de Moraes.

O depoimento, dado à juíza Maria Erothides Macedo, ocorreu na presença de Arcanjo. Hércules negou ainda que tenha sido o executor do crime. E acusou novamente o promotor Mauro Zaque e o procurador Pedro Taques de oferecem a ele benefícios em troca de suas declarações. Disse mais: que o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Célio Wilson de Oliveira, prometeu-lhe uma ajuda de custo por ter “jogado esses crimes no Arcanjo”. Segundo Hércules, dos crimes que já assumiu a autoria, nenhum deles foi a mando de Arcanjo Ribeiro.

No último dia 19 de abril, Hércules também havia dito, em juízo, que não sabe quem mandou matar Sávio Brandão, corrigindo a delação que havia feito contra Arcanjo. O ex-cabo alegou que mentiu sobre o mandante do crime a pedido de Zaque e do procurador Pedro Taques.

Segundo ele, os dois o ameaçaram dizendo que se não confirmasse que Arcanjo era o mandante da morte de Sávio, seria transferido ao presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP), onde o traficante Fernandinho Beira-Mar ficou preso. Na época Mauro Zaque disse que só existiam duas explicações possíveis para a mudança no depoimento de Hércules: dinheiro ou ameaça.

Em seu novo depoimento, Hércules afirmou que a chacina foi imposta à Arcanjo porque Mauro Zaque lhe disse que quanto mais crimes fossem atribuídos ao bicheiro, melhor seria para ele (Hércules). Além disso, Zaque e Pedro Taques teriam oferecido benefícios em troca de suas declarações, segundo o ex-cabo. “Você vai ficar cinco a dez anos na cadeia, em regime fechado, depois vai ser transferido para outro estado e vai só dormir na cadeia”, disse Hércules em seu depoimento, reproduzindo a oferta que teria recebido. O ex-cabo disse ainda que recentemente Zaque esteve na cadeia onde está preso e queria que ele assumisse um crime que aconteceu em Campo Novo dos Parecis. O promotor já negou estas acusações.

Em relação a Célio Wilson, Hércules afirmou que o secretário lhe prometeu uma ajuda de custo por ter acusado Arcanjo. Hércules afirmou que sua mulher chegou a abrir uma conta em banco para receber o pagamento. “(Célio Wilson) pagou a primeira de R$ 600, depois mais duas ou três de R$ 500 e nunca mais pagou nada. Esse pagamento foi ajuda de custo por eu estar falando desses negócios, dos crimes”, disse.





Fonte: Diário de Cuiabá

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