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Quinta - 24 de Janeiro de 2013 às 08:24

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A falta de chuvas nas regiões produtoras de soja da Argentina já preocupa os produtores locais. Em Junín e Lincoln, na província de Buenos Aires, e em Venado Tuerto, na província de Santa Fé, que correspondem a aproximadamente 1,5 milhão de hectares de soja, não chove há quase um mês. Este cenário já começa a influenciar os preços da soja no mercado internacional.

Nesta semana, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) realizam a Conexão Argentina, uma missão técnica pelas lavouras de soja no país vizinho.

Segundo o gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, não há perspectivas de chuva para os próximos dias nas regiões visitadas até agora. Se esta situação se prolongar, a estimativa de produção de 54 milhões de toneladas na Argentina, conforme levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), pode ser reduzida e impactar os rumos do mercado internacional de grão. “Por aqui, pesquisas da empresa de consultoria Globaltecno já indicam que a produção não deve passar dos 50 milhões de toneladas, o que mostra que os produtores argentinos não estão tão otimistas. Apesar do solo ainda estar úmido por conta das chuvas dos últimos meses de 2012, em que muitos campos foram alagados, o retorno das precipitações é muito aguardado pelos produtores”, explica Godoi.

O gestor do Imea, Daniel Latorraca, comenta que essa situação na Argentina começa a afetar os produtores de Mato Grosso. Na terça-feira (22), a Bolsa de Chicago fechou com ganhos acima de 20 pontos, e o valor do contrato março/13 alcançou US$ 14,50 o bushel. “Esse movimento de alta em Chicago refletiu nos preços da soja mato-grossense. Em algumas praças, tivemos altas entre US$ 1 e US$ 1,50 por saca e com certeza, entre as causas desta alta está a falta de chuvas na Argentina”, diz Latorraca.

A questão climática também afeta a qualidade das lavouras. “Não é por aqui que os argentinos vão colher os melhoras grãos. A expectativa dos produtores locais é de uma produtividade mediana, por causa da tamanha variação de clima, com chuvas intensas seguidas de período seco. Não há muita empolgação quanto ao rendimento, um pouco diferente do que se via em meados de dezembro, quando choveu muito e a qualidade das lavouras estava melhor”, destaca o gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi.

Comercialização – Diferentemente de Mato Grosso, onde cerca de 70% da safra 2012/2013 já foi comercializada, na Argentina os compradores de soja estimam que apenas 15% da produção foi vendida até agora. Conforme Latorraca, não há pressão de comercialização antecipada como em Mato Grosso. “Os argentinos têm a tradição de vender grande parte da produção somente no período de colheita”, comenta.

Conexão Argentina – Entre os dias 21 e 26 de janeiro, a Famato e o Imea realizam a Conexão Argentina. O objetivo da viagem é conhecer de perto a safra de soja do país, que pode influenciar os rumos do mercado internacional do grão.

Participam da missão o gestor do Núcleo Técnico da Famato, Eduardo Godoi, e o gestor do Imea, Daniel Latorraca. A equipe visita quatro das principais províncias produtoras de soja da Argentina: Buenos Aires, Córdoba, Santa Fé e Entre Rios, que representam mais de 80% da produção argentina.






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