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Internacional
Sexta - 20 de Janeiro de 2006 às 15:45

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A população de Hebron enfrenta o processo eleitoral em meio a uma nova crise na cidade com os colonos judeus, uma parte dos quais será retirada pelo Exército e pela Polícia israelenses a partir de domingo. Nas últimas semanas esta cidade cisjordaniana transformou-se em foco de enfrentamentos, desta vez entre colonos judeus e as forças de segurança israelenses que tentavam desocupar imóveis do mercado antigo.

Extremistas judeus, a maioria filhos de colonos antigos, protagonizaram dezenas de incidentes, entre outros a sabotagem contra veículos do Exército -cuja missão é protegê-los- a fim de protestar contra as decisões do Poder Executivo.

Os distúrbios em Hebron começaram quando as autoridades se dispunham a expulsar oito famílias de colonos que se instalaram à força em dois edifícios pertencentes a palestinos no mercado antigo.

Após ter incendiado vários lugares, as famílias judias se instalaram nos imóveis palestinos alegando que pertenceram a judeus que foram vítimas de um pogrom no século passado.

Esta situação levou o primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, a ordenar o despejo forçado dos colonos e reprimir qualquer novo foco de violência que surgir na cidade.

"Freqüentemente observamos as agressões de jovens colonos contra palestinos, incluindo estudantes escolares", declarou o chefe da missão da Presença Temporária Internacional em Hebron (TIPH), Arnstein Overkil.

Ele acrescenta que nos últimos anos foram vários os comerciantes palestinos que residiam no mercado antigo que foram obrigados a fechar seus negócios e a emigrar tanto pela violência a que eram submetidos por parte dos colonos, como pelas dificuldades de chegar à região.

Segundo um dos protocolos da missão, "o mercado deveria estar aberto, é uma das missões mais importantes para o TIPH" e adverte que o alvo principal de seu trabalho é o de "melhorar a segurança dos palestinos e fomentar que Israel alivie sua situação".

Aproximadamente 70 trabalhadores de seis países europeus integram esta presença de intervenção em Hebron desde 1997, na cidade onde vivem 500 colonos judeus ultranacionalistas entre 150.000 palestinos.

Para cumprir seus objetivos, a missão de observadores mantém uma presença constante nas ruas de Hebron e apresenta relatórios periódicos às autoridades israelenses e palestinas sobre a situação na cidade.

"Nossa vida com os colonos judeus é muito difícil", disse hoje à EFE, Bader Zabla, um taxista de 40 anos residente na cidade.

Em uma das ruas da cidade, Zabla observava nesta tarde dezenas de jovens militantes do grupo governista Fatah, vestidos com a tradicional kafia branca e preta característica do dirigente Yasser Arafat.

Este palestino se declara seguidor desta formação política que até agora possui quase de plena hegemonia no Governo palestino, e diz que votará nela porque quer "paz, comer e ter segurança".

Por sua parte, Badel Hamad, de 20 anos e estudante universitário diz que o "Fatah é o único que pode normalizar a situação e está capacitado para organizar a vida dos palestinos".

Hamad viajou para Hebron procedente de Jerusalém em uma comitiva das juventudes do Fatah para chamar os hebronitas a votarem por esta formação que foi comandada por Arafat, em contraposição ao movimento islâmico Hamas.

As ruas de Hebron estão literalmente tomadas por papéis com cartazes dos candidatos das 11 formações que concorrem às próximas eleições do dia 25.

No entanto e segundo conta o chefe da TIPH, "é difícil prever o que acontecerá após as eleições", embora muitos sonhem com o impossível: o fim da ocupação nesta cidade bíblica onde estão enterrados os patriarcas das três religiões monoteístas mais importantes do mundo.





Fonte: Terra

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