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Politica Brasil
Sábado - 07 de Janeiro de 2006 às 09:49

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A precária manutenção das estradas brasileiras se deve, além da falta de dinheiro, da incapacidade do governo em gastar os recursos disponíveis, afirma o presidente do Sinicon (Sindicato da Indústria da Construção Pesada), Luiz Fernando Santos Reis.

Em 2005, o Ministério dos Transportes não usou R$ 800 milhões que foram liberados para essa finalidade -o dobro dos R$ 400 milhões anunciados em caráter emergencial em dezembro, mostra estudo da entidade.

Apesar de considerar o valor insuficiente e o anúncio tardio, o presidente do Sinicon diz que qualquer recurso para recuperação de estradas é bem-vindo. Mas alerta para o desperdício de dinheiro do contribuinte se a operação se limitar a tapar buracos e não recuperar a malha rodoviária.

Para cobrir os mesmos 26 mil quilômetros de estradas que o governo pretende abranger, seriam necessários bem mais que os R$ 400 milhões . Se for limitada à cobertura dos buracos com asfalto, as obras vão durar apenas seis meses, afirma Santos Reis.

O Sinicon e a Aneor (Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias) enviaram, na quarta-feira, carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na qual pedem a adoção de critérios para a contratação das empresas, que poderá ser feita sem licitação em razão do caráter emergencial.

As entidades dizem que o fato de o país estar em ano eleitoral poderá dar margem a 'suspeitas e acusações de irregularidades' na escolha das empreiteiras. Na carta, Sinicon e Aneor defendem a contratação de empresas do Estado ou da região onde estão as estradas a serem recuperadas. Propõem ainda que a mesma empreiteira não seja escolhida para várias obras simultâneas e apresente projetos que justifiquem a liberação de recursos.

Santos Reis defende que o governo dê continuidade às obras rodoviárias que estão quase paralisadas por falta de recursos, muitos dos quais liberados e não aplicados por problemas de gestão.

O corredor Mercosul, por exemplo, tinha dotação orçamentária inicial de R$ 729 milhões, dos quais R$ 533 milhões foram empenhados (o que equivale a autorizar o gasto), mas só R$ 156 milhões, ou 21,4%, foram usados.

O início das obras em época de chuvas também é apontado como problema por Santos Reis. Para ele, a melhor opção é iniciar as obras em regiões onde o clima esteja seco e esperar a melhora do tempo no resto do país.




Fonte: Folha Online

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