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Internacional
Segunda - 19 de Dezembro de 2005 às 15:48

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A vitória eleitoral de Evo Morales na Bolívia, por maioria absoluta segundo as projeções extra-oficiais, mostra que os bolivianos, cansados dos políticos tradicionais, querem mudanças, segundo avaliam os analistas.

"A derrota dos políticos do velho sistema é uma conseqüência inesperada desse sentimento do eleitorado boliviano, que não se cansa de expressar seu repudiou aos líderes do passado", afirma o comentarista político Humberto Vacaflor no jornal boliviano "La Razón".

Nos últimos anos, o Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) e Ação Democrática Nacionalista (DNA), todos eles partidos da chamada velha ordem, governaram a Bolívia em um triângulo de poder que foi denominado "democracia pactuada".

O líder do Movimento ao Socialismo (MAS) tentou por todos os meios, durante a campanha eleitoral, convencer seus simpatizantes da necessidade de obter uma maioria absoluta para evitar os tradicionais pactos no Congresso.

"Ficou demonstrado que, em todos os departamentos do país, sente-se repúdio pelos políticos que governaram desde 1982", apontou Vacaflor em referência ao ano no qual a democracia foi instituída no país.

O analista citou como exemplo a derrota do carismático ex-presidente Jaime Paz Zamora, líder histórico do MIR e que se apresentou como candidato a governador do departamento de Tarija, posto que segundo os primeiros resultados foi obtido por um político jovem - o ex-presidente da Câmara dos Deputados Mario Cossio.

"Pode-se dizer que Paz Zamora representou todos os partidos do velho sistema e se deu muito mal", justificou o analista.

Antes das eleições do domingo, o analista Roger Cortés antecipou à EFE o fracasso das forças tradicionais, ao destacar que a sorte do MIR, MNR e DNA já estava decidida.

"O MIR já é parte das organizações políticas obsoletas e que a política deixou para trás", disse Cortés.

Freddy Flores, vice-reitor da Universidade Tomás Frias, considerou que o triunfo de Morales coincide com um desejo de mudança, de transformações profundas, o que envolve também a Assembléia Constituinte, que deve ser convocada em julho.

Segundo as projeções extra-oficiais, o dirigente do MAS venceu o pleito com 51,1% de apoio popular, frente ao conservador Jorge "Tuto" Quiroga, que obteve 31,1% e ontem à noite aceitou sua derrota.




Fonte: EFE

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