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Internacional
Quarta - 18 de Maio de 2005 às 16:37

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A China demonstrou nesta quarta-feira seu firme apoio à causa palestina com a assinatura de cinco acordos de cooperação, após a reunião do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o líder chinês, Hu Jintao, no Grande Palácio do Povo de Pequim.

Os acordos se referem, entre outros assuntos, à cooperação tecnológica, assim como à entrega de automóveis chineses para a polícia palestina, equipamentos médicos e apoio econômico à construção de instalações esportivas e culturais.

Fontes da delegação palestina assinalaram que a ajuda da China será de cerca de 6 milhões de dólares, quantia que, embora pequena comparada com a prometida na segunda-feira pelo Japão (100 milhões de dólares), mostra o apoio de Pequim.

Antes de seu encontro com Hu Jintao, Abbas teve uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, na qual o líder da ANP agradeceu a Pequim os 40 anos de "relações amistosas" entre as duas partes e destacou que sua visita servirá para melhorá-las ainda mais.

No posterior encontro com Hu, o presidente do governo e também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCCh) elogiou Abbas por "sua longa luta para conseguir que os palestinos recuperem seus direitos".

As reuniões bilaterais foram concluídas hoje com o encontro entre o ministro de Exteriores chinês, Li Zhaoxing, e seu colega palestino, Nasser Al-Kidwa.

Após sua visita ao Japão, Abbas começou ontem sua viagem oficial à China, na busca de maior apoio do gigante asiático ao processo de paz no Oriente Médio.

Em sua chegada a Pequim, o líder palestino destacou que a China, "como grande país que é, com sua grande história e por sua condição de membro permanente no Conselho de Segurança da ONU, pode exercer um maior papel no processo de paz no Oriente Médio".

No entanto, o sucessor de Yasser Arafat ressaltou que a China "sempre cumpriu suas promessas com os palestinos" e nunca abandonou seu apoio à luta de seu povo.

"A China sustenta que o povo palestino deve decidir seu destino por conta própria e mostra entusiasmo ao ajudar a ANP com sua participação em inúmeros projetos de desenvolvimento", destacou Abbas em declarações reproduzidas pela agência oficial Xinhua.

Por sua vez, o porta-voz de Exteriores chinês, Kong Quan, disse pouco antes da chegada de Abbas que Pequim sempre esteve comprometido com o processo de paz, com medidas como a nomeação de um enviado especial da China para o Oriente Médio (Wang Dajie), cujo trabalho foi muito elogiado pelo presidente da ANP.

A China estabeleceu relações diplomáticas com a ANP em 1988 e sempre se declarou a favor das negociações de paz para a resolução do conflito palestino-israelense no âmbito das Nações Unidas. Após a morte de Arafat, em 11 de novembro do ano passado, o presidente Hu Jintao foi um dos primeiros a enviar suas condolências.

Abbas também ressaltou em Pequim que as eleições parlamentares de 17 de julho não serão adiadas, apesar dos rumores a respeito, e que o Hamas poderá participar.

"Se eles quiserem participar da vida política e alcançarem suficientes cadeiras nas eleições legislativas estão convidados a participar, inclusive no futuro governo", declarou ontem após sua chegada à capital chinesa.

"O pleito será realizado no tempo assinalado e, por enquanto, não há razões lógicas ou factíveis pelas quais deva ser mudado", acrescentou Abbas.

Um conselheiro próximo do presidente da ANP disse na semana passada que as eleições poderiam ser adiadas, já que os líderes do governante Fatah consideravam adequado esperar que as tropas israelenses começassem sua retirada dos territórios ocupados, o que poderia aumentar o apoio dos eleitores a esse partido.

Abbas também aproveitou a entrevista coletiva para criticar Israel por suas pressões sobre o processo eleitoral, ao considerar que o governo israelense "está dizendo coisas antidemocráticas e se envolvendo em assuntos internos" da ANP.





Fonte: EFE

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