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Saúde
Sexta - 15 de Abril de 2005 às 03:10
Por: Carolina Skandariam

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Rio de Janeiro - Pelo menos 18 pessoas foram contaminadas no Estado do Rio de Janeiro pelo parasita Diphyllbothrium latum, presente nos peixes crus e mal cozidos, principalmente no salmão. Nos últimos quatro meses, a capital carioca registrou 13 casos. Em Seropédica, no sul fluminense, foram 5, de agosto a novembro do ano passado. No Rio, os restaurantes especializados em comida japonesa amargam prejuízos, apesar de até agora, nenhum salmão hospedeiro da moléstia ter sido encontrado no Estado.

Para tentar conter o avanço da parasitose intestinal, que é chamada de difilobotríase e já atingiu 27 pessoas em São Paulo, a Vigilância Sanitária do município do Rio espera receber nos próximos dias a lista com o nome das 13 pessoas contaminadas. Durante toda a semana, técnicos do órgão fiscalizaram restaurantes de comida japonesa e distribuíram circulares, alertando para as formas ideais de conservação dos peixes.

"Queremos fechar o ciclo, saber onde essas pessoas comeram, quais são seus hábitos alimentares e por quais restaurantes passaram", disse ontem Cláudio Sérgio Bastos, coordenador da Área de Alimentos da Vigilância Sanitária do Rio. Apesar do medo dos consumidores, que têm evitado comer peixe cru, ele afirma que não há motivo para pânico.

"Se o peixe for congelado por sete dias a 20 graus negativos, o parasita morre. Além disso, a pessoa contaminada com o verme consegue eliminá-lo tomando um vermífugo." Se os peixes forem cozidos ou fritos também não há problema. O principal sintoma da doença, que pode ficar até dez anos sem se manifestar, é a dor abdominal. Em estágios mais avançados, ocorre anemia.

Para o professor José Luís Luque, do Departamento de Parasitologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, a doença não é grave e as pessoas devem ter apenas cuidado com a alimentação. "É só não comer peixe cru mal conservado e prestar atenção aos pequenos estabelecimentos que servem esse tipo de comida. Até agora, não vimos nenhum salmão contaminado", afirmou ele.

Comércio - Para os restaurantes especializados em comida oriental, o conselho veio tarde. Os comerciantes reclamam das mesas vazias e do salmão sobrando nas bandejas. "Tivemos queda entre 20% e 40% no movimento. As pessoas estão com medo, mas estamos trabalhando com o salmão normalmente", disse o gerente de um restaurante de comida oriental na Lagoa, zona sul, que preferiu não se identificar. Nesta quinta-feira, 32 donos de estabelecimentos do gênero se reuniram para buscar soluções. Eles formarão uma associação para troca de experiências.

Na próxima terça-feira, haverá uma audiência pública na Comissão de Segurança Alimentar da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) para discutir o assunto. Segundo a deputada Andreia Zito (PSDB), presidente da comissão, técnicos da Vigilância Sanitária, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e representantes de restaurantes que servem peixe cru devem estar presentes.




Fonte: Agência Estado

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