Júlio Pinheiro diz ser usuário de ônibus e defende o rodízio de carros

Apesar da atual legislatura estar se encerrando, o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB),  disse acreditar que ainda dá tempo de o Legislativo fazer uma ampla discussão com a sociedade cuiabana para decidir pela aprovação do rodízio de carros nas ruas e avenidas da Capital durante a realização de obras para a Copa do Mundo. A proposta do rodízio é do próprio Pinheiro, que agora se diz usuário do transporte coletivo de Cuiabá. 

 Afirmando que existe tempo hábil para esta discussão, Júlio Pinheiro garante que o projeto que prevê o rodízio terá aprovação tranqüila e sem problemas. “Eu defendo, antes que o projeto seja colocado em votação, uma ampla discussão com a população. Mostrar que deixar o carro em casa e andar de ônibus é melhor para evitar o congestionamento” – disse o político, que luta para se manter no topo da direção do Legislativo.

Pinheiro sustenta que o sacrifício tem como objetivo  ajudar na rapidez das obras. E com iscussão ou não, a sorte dos donos de carros em Cuiabá, porém, parece mesmo selada: “Asseguro que o projeto será aprovado” - revelou.

 Ao falar do rodízio, Júlio Pinheiro aproveitou para dar uma alfinetada naqueles que não querem a aprovação da lei. “Não vejo problema. Eu mesmo não ando de carro. Faço tudo que preciso de ônibus. E após a aprovação do rodízio serei o primeiro a entrar em um ônibus” – garantiu o parlamentar.

A proposta de Pinheiro, a rigor, parece ser um sofisma político. O próprio secretário Extraordinário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, considera  que neste momento não se faz necessário a restrição de veículos em Cuiabá. Ele rechaçou a proposta de Júlio Pinheiro ao considerar que o trânsito em Cuiabá, apesar de conturbado e mal planejado, ainda estar pacífico. 

Além disso, pesa a questão da estrutura da própria Prefeitura de Cuiabá. Um dos principais problemas diz respeito a falta de agentes impede a efetiva aplicação do sistema. Atualmente, Cuiaba possui apenas 130 “amarelinhos” atuando no controle e monitoramento do tráfego nas ruas e avenidas da cidade. O número representa apenas metade do ideal, segundo Jackson Messias, diretor de Trânsito da Prefeitura. Isso ajuda a explicar o caos. 

A proposta de Pinheiro determina que seja feito um experimento, no período de 1 mês, para verificar a viabilidade e resultados.  Uma das maiores preocupações apontada por ele é com o início das obras para implantação do modal do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nas avenidas Tenente Coronel e Historiador Rubens de Mendonça (CPA). O primeiro bloqueio será na Avenida do CPA, próximo à Secretaria do Estado de Fazenda (Sefaz), onde será construído um viaduto. No local o fluxo, em horário de pico, chega, em média, a 3,2 mil veículos que serão obrigados a utilizar desvios para ter acesso ao Centro Político Administrativo.