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Agronegócios
Domingo - 27 de Fevereiro de 2005 às 10:03
Por: Elder Ogliari

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Porto Alegre, 25 - Um levantamento da Emater indica que a situação da soja agravou-se nesta semana no Rio Grande do Sul por causa da estiagem que já dura três meses e meio em algumas regiões do Estado. A expectativa inicial de uma colheita de 8,3 milhões de toneladas sofreu uma redução de 35,23%. A projeção, agora, é de uma safra de apenas 5,376 milhões de toneladas. A pesquisa coletou informações em 237 municípios, com territórios equivalentes a 71% da área plantada, entre os dias 15 e 23 de fevereiro.

A cultura ainda não havia sofrido os mesmos danos do feijão e do milho, que são plantados entre agosto e setembro e colhidos em janeiro e fevereiro. No Estado, a oleaginosa é plantada do final de outubro à metade de dezembro e colhida a partir de abril. Chuvas regulares em fevereiro, que não vieram, evitariam prejuízos maiores. O déficit hídrico em plena fase de floração e enchimento de grãos tornou os danos irreversíveis, avisa o boletim da Emater. A projeção do rendimento médio por hectare caiu de 2.007 quilos para 1.300 quilos.

A estiagem também derrubou a estimativa para outras culturas. Na cultura do milho, o rendimento deve ser 45% inferior ao esperado inicialmente. De 4,5 milhões de toneladas, podem sobrar apenas 2,5 milhões de toneladas. A colheita da primeira safra do feijão está encerrada, com produtividade média de 673 quilos por hectare e colheita total de 66,5 mil toneladas, volume 37% inferior ao projetado à época do plantio. Os técnicos da Emater constataram que apenas 25% da área tradicionalmente cultivada na segunda safra foi plantada.

Para o arroz, a previsão era de colheita de 5.732 quilos por hectare e safra de 5,78 milhões de toneladas. A quebra de 3,42% indica um rendimento médio de 5.536 quilos por hectare e uma produção estadual de 5,59 milhões de toneladas.

O relatório da Emater indica, ainda, que a oferta de pasto para os animais está cada vez mais escassa. Até forrageiras mais resistentes às estiagens, como capim elefante, dão sinais de esgotamento. A produção de leite depende de reservas alternativas de feno e silagem que estão sendo usadas agora, mas farão falta no inverno, quando não há pastagem.

Além dos prejuízos para a agricultura, a estiagem está levando a níveis críticos o abastecimento de água para o consumo humano. No Rio Grande do Sul, 377 municípios decretaram situação de emergência e 48 já apelaram para o racionamento de água. O Estado tem 496 municípios.





Fonte: Agência Estado

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