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Sábado - 25 de Dezembro de 2004 às 12:08
Por: Daniele Danchuva

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“Toda forma de limite colocada contra a imprensa é errada. Deve-se partir para outro meio, há outras forma de se tratar o caso e não generalizando os profissionais de jornalismo”. Esta é a posição do atual presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (SindjorMT), Rodrigo Vargas.

Para ele, o fato do Polícia Civil ter proibido o acesso da imprensa aos boletins de ocorrência amplia a distância entre a polícia e os jornalistas e conseqüentemente com a sociedade. “Há muito o que se mudar, mas é preciso encontrar um meio termo, entre jornalistas e policiais, para que a população fique informada. À polícia cabe também levantar melhor as informações antes de repassar para a imprensa e o jornalista também tem sua responsabilidade, mas não se deve generalizar, pois há profissionais bons e que zelam pela qualidade do material que fazem”, salientou Rodrigo.

Ele disse ainda, que a solução não é criar barreiras e sim abrir uma discussão para melhorar o relacionamento entre as duas profissões, jornalistas e policiais.

“O jornalista policial também tem que melhorar, abordar mais as questões sociais, conseqüências das drogas na vida das pessoas e o que as levou a cometer determinados crimes. Essa reportagem que está sendo feita poderá abrir para se discutir o jornalismo policial. É um aprendizado de longo prazo, que deve ser feito em conjunto com a polícia, para melhor tratar a informação, que é de interesse público. A falta disso faz com que a polícia tenha uma noção errado do jornalismo”, ressaltou.

Rodrigo Vargas lembrou que outra categoria, a dos médicos, já tentou impor restrições aos jornalistas. O Conselho Regional de Medicina (CRM) definiu que para que o médico cedesse entrevista ao repórter, este teria que lhe enviar a matéria posteriormente para saber se não havia nada de errado, ou que não pudesse ser publicado. “Mas depois o CRM reviu sua posição e viu que estava errado. Então tentou se aproximar dos jornalistas, o que resultou em coisas positivas para ambos os lados, da mesma forma que pode acontecer com a polícia e os jornalistas”, concluiu.




Fonte: Folha do Estado

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