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Nacional
Quarta - 27 de Outubro de 2004 às 15:18

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O Brasil e o Chile, dois dos países que mantêm tropas de paz no Haiti, vão aumentar a pressão sobre o governo haitiano para que seja iniciado um diálogo político que inclua partidários do ex-presidente Jean Bertrand Aristide.

"Esta é a primeira ação da América Latina e do Caribe de ajuda solidária a um país da nossa região e portanto não pode fracassar", disse na quarta-feira em Brasília o chanceler do Chile, Ignacio Walker. Ele se reuniu na terça-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro Celso Amorim.

"Vamos advogar para que o governo do Haiti sente-se à mesa com as diferentes forças políticas e busque algum tipo de acordo político interno", disse Walker a jornalistas.

"Sem um acordo político interno será impensável uma solução a médio e longo prazo" no país, que é o mais pobre do hemisfério, acrescentou.

Walker conversou com Lula e Amorim sobre a participação dos dois países na força militar que tenta pacificar o Haiti. A força, com três mil integrantes, também possui soldados argentinos e uruguaios. O comando é brasileiro.

O governo brasileiro decidiu enviar ao Haiti o assessor de política externa do presidente Lula, Marco Aurelio García, que deve chegar a Porto Príncipe na semana que vem, segundo informou uma fonte do governo à Reuters. A missão de García será fazer um apelo ao diálogo. Walker, que encerrou sua visita a Brasília na quarta-feira com uma reunião com o vice-presidente José Alencar, afirmou que o governo haitiano precisa reunir os cidadão pró e anti-Aristide. "É preciso deixar de lado as polarizações do passado", afirmou.

O chefe da diplomacia chilena disse também que nos próximos dias chegarão a Porto Príncipe 165 engenheiros chilenos e equatorianos para ajudar a recuperar a infra-estrutura haitiana.

A violência vem aumentando no país nas últimas semanas, e informações da imprensa dão conta de trocas de tiros entre rebeldes e forças militares brasileiras.

Aristide, um ex-padre católico que partiu para o exílio em fevereiro, em meio a uma revolta armada, tem muitos partidários entre a população mais pobre do Haiti.

O ex-presidente negou recentemente as acusações do primeiro-ministro interino, Gerard Latourtue, de que estaria incentivando a violência do exterior. Ele disse que o "diálogo verdadeiro" é a única solução para o Haiti, cuja história sempre foi marcada pela instabilidade política e social.




Fonte: Reuters

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