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Saúde
Quarta - 04 de Agosto de 2004 às 20:38
Por: Cristina Indio do Brasil

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O Instituto de Tecnologia em Fármacos - Laboratório Far-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, já produz sete dos 16 tipos de medicamentos que compõem o coquetel distribuído aos portadores do vírus HIV no país. A produção começou em 1998.

O laboratório tem papel de destaque no Programa Nacional de Combate à Aids, investindo em pesquisa e em desenvolvimento tecnológico. Uma das pesquisas é para a formulação de um medicamento que vai concentrar em um comprimido três tipos de anti-retrovirais. "O lançamento do novo medicamento deve acontecer até o fim do ano. O paciente, em vez de ingerir vários comprimidos ou cápsulas durante o dia, toma apenas dois. E o novo medicamento vai diminuir muito os custos de produção”, explicou a diretora de Far-Manguinhos, Núbia Boechat.

A diretora informou que também estão adiantados os estudos para a formulação de medicamentos mais adequados às crianças com HIV positivo. São comprimidos e cápsulas de tamanhos menores, e xaropes com sabores para facilitar a ingestão pelas crianças.

Segundo Núbia Boechat, o laboratório está analisando junto com o Programa Nacional DST/Aids, do Ministério da Saúde, a possibilidade de desenvolver também para as crianças os chamados medicamentos três em um. Algumas formulações podem ser lançadas até o fim do ano. “Estamos estudando para o lançamento ainda este ano de sachês com pó reconstituível na dosagem infantil, para dissolver em água e com sabor agradável para a criança”, informou.

Nos medicamentos não patenteados, a produção de Far-Manguinhos atende 40 por cento da demanda dos portadores. O restante é garantido com a importação de medicamentos patenteados pela indústria farmacêutica e pela produção de outros laboratórios oficiais como o Lafepe, do estado de Pernambuco, o maior em produção depois da Fundação Oswaldo Cruz.

Além de atender o mercado interno, parte da produção nacional é encaminhada a outros países da América Latina e África, nos convênios de cooperação que o Brasil vem assinando tanto para a transferência de tecnologia, como para a doação dos coquetéis.

A diretora informou que pesquisadores da Fiocruz estão desenvolvendo um trabalho na Nigéria onde já existem fábricas, mas ainda inadequadas para a produção dos anti-retrovirais. Em Moçambique os técnicos da Fundação estão trabalhando na montagem de um laboratório de controle de qualidade, para garantir que os produtos adquiridos no mercado internacional sejam qualificados dentro daquele país.

Núbia Boechat acredita que o Brasil tem condições de ampliar a produção nacional para passar também a vender os medicamentos a outros países, embora ela defenda a criação de laboratórios próprios para a produção dos medicamentos que garanta a demanda interna, conforme acontece no Brasil.




Fonte: Agência Brasil

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