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Cultura
Quarta - 09 de Junho de 2004 às 13:17

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O ioga, atividade física predileta de Madonna, conheceu seus anos de glória nos anos 70. Na década da Paz & Amor, era o "esporte" perfeito para aqueles que queriam aliar meditação e musculação. Para os hippies, era uma forma de exercitar corpo e mente, colocando-os na mesma sintonia de bem estar, energizando-se. Com uma prática milenar originária na Índia e com grau elevado de filosofia, o ioga voltou a ser moda, neste conturbado início do século 21.

"O Ocidente está encontrando no Oriente a solução para problemas como o sedentarismo e o estresse. E o ioga é um dos fios condutores deste processo", diz Denise Chaer. Ela é a idealizadora do festival de yoga, no projeto Oi Novos Urbanos, que reuniu, recentemente, iogues, famosos e gente interessada em experimentar a prática da atividade no Rio de Janeiro.

Atualmente, é comum encontrar o ioga no farto cardápio de aulas oferecidas pelas academias de São Paulo. "A atenção com a postura e a respiração do ioga conquistam alunos e está sendo incoporada em outras aulas, como de bike", conta Pascale Baes, proprietária do Espaço Físico Corpo e Mente, em São Paulo. "Outros atrativos do ioga são a saúde mental e o auto-conhecimento, além do condicionamento físico", diz Baes, cuja academia oferece três modalidades da atividade: ayiengar, ashtanga e hatha (veja box abaixo).

O ioga tem um messias no Brasil: Mestre DeRose. Seu nome virou uma grife – Swásthya Yôga – e seu trabalho virou curso superior. São 205 unidades da Universidade do Yôga, criada por ele, espalhadas pelo país, totalizando 50 mil alunos. Nestes últimos 40 anos de aulas, De Rose formou mais de 5 mil instrutores. Foi o Mestre DeRose quem introduziu o ioga nas universidades federais, estaduais e católicas de praticamente todo o país, a partir da década de 70, e também em universidades da Europa, a partir da década de 90, nas quais continua até hoje ministrando o Curso de Extensão Universitária para Formação de Instrutores de Yôga.

DeRose começou a lecionar em 1960; inaugurou sua primeira academia em 1964; publicou o primeiro livro em 1969, aos 25 anos de idade. Fundou a União Nacional de Yôga, em 1975; promoveu o primeiro projeto de lei pela regulamentação profissional, em 1978; organizou o primeiro Congresso Brasileiro de Yôga, em 1981; criou a Confederação Nacional de Yôga, em 1988; fundou a Primeira Universidade de Yôga do Brasil em 1994. Em 1997, lançou os alicerces do Conselho Federal de Yôga e do Sindicato Nacional dos Profissionais de Yôga.

Em 2001, DeRose recebeu da Sociedade Brasileira de Educação e Integração a Comenda da Ordem do Mérito de Educação e Integração e, mais uma vez, o título de Mestre em Yôga. Em 2002 foi reconhecido como o principal articulador da regulamentação dos profissionais de Yôga e, por isso, considerado o pai da regulamentação. "Pela minha idade, eu deveria ser o avô...", graceja o mestre, sem revelar quantos anos tem.

Juventude Aliás, o quesito idade é importante para quem se aventura na prática. "O ioga é para gente jovem. Não apenas cronologicamente, mas biologicamente jovem. Isso dá alguma esperança aos já mais maduros, pois, independentemente de idade, uma pessoa jovem pode estar menos apta que outra mais velha", adverte DeRose. "Contudo, é errada a concepção de que o yôga (o mestre prefere esta grafia, a original) possa servir para a terceira idade. Só se o praticante estiver em excelente forma física", explica.

Nas academias o ioga atrai muita gente entre os 25 e 35 anos. "É uma atividade muito eficaz para quem vive a maturidade e já conhece seu corpo, por meio da prática de outros esportes", diz Alice de Jesus, professora de Swásthya Yôga da academia Runner, de São Paulo, que mantém convênio com a Universidade de Yôga. Esta atrai cada vez mais jovens, que abrem mão dos tradicionais cursos de graduação, a fim de dedicar-se à formação profissional.

Em família É o caso de Paulo Martins, de 19 anos. "Estava tentando passar em Medicina há dois anos. No início deste ano, tive o meu primeiro contato com o ioga e resolvi fazer a formação profissional", afirma. Ex- praticante de jiu-jitsu, Martins garante que, depois que começou a praticar ioga, mudou sua maneira de ver as coisas. "Além de adquirir mais concentração, flexibilidade e alongamento, a prática me proporcionou um jeito novo de encarar as coisas", diz.

A mãe de Paulo, Isabel Martins, além de apoiar a decisão do filho, resolveu praticar junto com ele. "Desde o início me incentivou a praticar e a seguir a formação profissional. Hoje fazemos aula juntos", conta Martins. Casos como estes são exceções. Ao contrário de Isabel, muitos pais se espantam quando seus filhos decidem ganhar a vida como instrutor. Eles se questionam sobre a viabilidade econômica da profissão, o mercado de trabalho e o futuro profissional reservado pela escolha.

"O mercado está ávido por profissionais e os absorve imediatamente. A previsão é de que continue assim por muito tempo", garante DeRose – que ficou rico com o ensino da atividade. Além de trabalhar na própria universidade, o instrutor também pode ministrar aulas e workshops em empresas, clubes, academias ou ainda montar sua própria unidade.

Sexo Há quem jure que o ioga também melhora a atividade sexual. Nos EUA, o programa Better Sex Through Yoga (Sexo Melhor Através do Ioga) elenca uma rotina de exercícios especializados na "melhor atividade de todas", segundo o manual – sua vida amorasa. O fato foi endossado por respeitáveis publicações norte-americanas como a revista Fitness Magazine e o jornal The Washington Post.

Concentrado em regiões do corpo geralmente esquecidas por outras ginásticas – os principais músculos sexuais – o tal programa (disponível em três fitas de vídeo) garante que não é preciso ser um atleta para conseguir melhor a qualidade do ato sexual, nem tampouco um contorcionista. Afinal, as posições que costumam ser admiradas no ioga, aqui não passam de sutis contrações para serem feitas, de preferência, a dois.

BOX – ALGUMAS MODALIDADES E SUAS VARIANTES POWER YOGA – Versão mais vigorosa, que proporciona mais alongamento e tônus muscular HATHA – Mais suave, prepara o corpo para meditação SWÁSTHYA YOGA - Prática ortodoxa, denominada ashtánga sádhana, com movimentos coreográficos YIN YOGA E CHACRA FLOW – Dão mais destaque aos aspectos meditativos do que físicos, com exercícios lentos




Fonte: 24 HorasNews

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