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Meio Ambiente
Sexta - 28 de Maio de 2004 às 11:42

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Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) de Sinop já concluiu o levantamento de autorizações para desmate feitas pelo órgão até abril do ano passado. Os trabalhos tinham como objetivo levantar possíveis autorizações falsas, depois da prisão do empresário José Carlos Gonçalves, investigado e acusado pela Polícia Federal de falsificação de documentos de liberações para desmatamentos. “Nas autorizações feitas pelo Ibama até esta data não encontramos nenhuma irregularidade todas foram expedidas pelo órgão”, assegurou Gleyçon Benedito de Figueiredo, gerente regional do órgão de Sinop. “Todas estão regulares e são originais do Ibama”, completou.

De acordo com o gerente, o órgão também solicitou a Fema (Fundação Estadual do Meio Ambiente) que fizesse o mesmo trabalho para descobrir as fraudes e saber se há envolvimento de funcionários de ambos os órgãos no esquema. “Até agora a fundação não nos repassou nenhuma informação. Por isso não posso dizer que os trabalhos estão totalmente concluídos, a nossa parte já foi verificada resta agora saber da Fema”, assinalou.

Conforme Gleyçon, a partir de abril de 2003 a Fema passou a ser responsável pelas liberações de desmatamentos em todo o Estado em áreas a partir de 300 hectares. Até este patamar a liberação cabe ao Ibama. “Na região não há áreas inferiores a 500 hectares. A maioria das propriedades é bem maior e cabe a Fema dar a autorização. Por causa dessa medida não temos mais despachado nenhuma autorização de abril do ano passado para cá”, garantiu.

Só Notícias tentou falar com o responsável da Fema em Sinop, Marcos Ivan Lopes, mas ele estava em viagem. Em contatos anteriores, Marcos disse que tudo era feito por Cuiabá e que nada passava pela regional de Sinop.

O esquema de falsificação de documentos em Sinop foi descoberto depois que a Fema começou analisar imagens de satélite e observou desmatamentos na região de Sinop e constatou que, em alguns casos, nem o órgão e nem o Ibama tinham autorizado os desmates nessas áreas. O órgão acionou a Polícia Federal que iniciou uma grande operação, reunindo sete delegados.

Com mandado de busca, delegados federais foram até a imobiliária de José Carlos onde foram apreendidos documentos falsos de autorização de desmate e carimbos -também falsos- de órgãos ambientais. José Carlos cobraria cerca de R$ 60 por hectare a ser desmatado. Há pelo menos quatro meses que ele estaria usando carimbos e documentos falsos.

A Polícia Federal diz que os donos de áreas que compravam pagavam, evidentemente, bem mais barato se fossem fazer um projeto técnico no Ibama e Fema, recolher taxas e aguardar o trâmite normal. Através do empresário, saía mais rápido e barato.

José Gonçalves chegou a ficar preso durante 4 dias -de 16 a 20 de abril- mas foi solto pela Justiça.




Fonte: Só Noticias

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