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Polícia Brasil
Segunda - 17 de Maio de 2004 às 20:42
Por: Alexandre Rodrigues e Rodrigo

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Rio - O número de pessoas assaltadas na rua e vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) aumentou no Rio no mês passado. Ao contrário dos outros oito delitos acompanhados mensalmente pela Secretaria de Segurança Pública, os dois crimes surpreenderam ao registrar aumento de 23,6% e 50%, respectivamente, em relação a abril de 2003. Foram feitos 1.890 registros de roubo a transeunte no mês passado, 361 a mais do que em abril do ano anterior.

De acordo com a vice-presidente do Instituto de Segurança Pública e coordenadora do monitoramento, a antropóloga Ana Paula Mendes de Miranda, o aumento é preocupante, mas ainda não demonstra tendência de crescimento. “Pode ser algo atípico, mas vamos tentar saber o que justifica esse aumento. Somente no próximo mês saberemos se é uma tendência”, explicou. No entanto, ela reconhece que a redução registrada no mês anterior já era modesta: de 1.537 para 1.529 entre março de 2003 e 2004.

Já os números do latrocínio acentuam a curva ascendente registrada no mês, quando a comparação entre março deste ano e do ano passado mostrou aumento de 16 para 17 casos. Em abril, a comparação com o mesmo período do ano passado revelou crescimento de 14 para 21 casos. Para Ana Paula, no entanto, o índice mais problemático no Rio é o de roubo a residência.

Apesar de registrar queda de 10,6% em abril, a variação oscila muito e o número alto de casos tem preocupado os cariocas: 144 no mês passado. “Dos dez delitos estabelecidos como metas, esse é o que não atingimos desde 2003. É um crime de difícil controle e a secretaria admite isso. Não há como formular uma estratégia de prevenção. É difícil saber que casas serão assaltadas”, justificou Ana Paula.

Hoje, armados com pistolas e facas, cinco homens assaltaram apartamentos de um edifício de luxo, na Rua Timóteo da Costa, no Alto Leblon (zona sul). Disfarçado como entregador de jornais, um dos criminosos dominou o porteiro, permitindo a entrada dos outros quatro ladrões encapuzados. Os criminosos levaram dinheiro, jóias e aparelhos eletrônicos. Um dos ladrões foi preso. O uso de disfarces para assaltar prédios residenciais são uma constante. Liliane Araújo, de 23 anos, foi reconhecida ontem como líder de uma quadrilha que assaltou prédios na zona sul usando uniformes de mata-mosquitos.

Para o tenente-coronel Aristeu Leonardo Tavares, chefe da Assessoria de Planejamento, Orçamento e Modernização da Polícia Militar, o aumento dos roubos a transeuntes e os assaltos a residências pode significar uma migração dos delinqüentes que deixaram de praticar os crimes que registraram queda. A maior delas foi de roubo a banco, que caiu 70%. O roubo a estabelecimento comercial caiu 23,6% e o de carga 20,21%.

“Vamos trabalhar nas análises dos dados para criar estratégias para diminuir a oportunidade”, afirmou Tavares.

O boletim da Secretaria de Segurança Pública registra ainda uma redução de 12,1% no número de homicídios. Apesar da recente crise provocada pela guerra na Rocinha, foram registrados 514 assassinatos em abril, contra 585 no mesmo mês do ano passado. “Nunca houve um número tão baixo de homicídios no acumulado de janeiro a abril como este ano desde 1999. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve 209 mortos a menos”, disse Ana Paula.




Fonte: Especial para AE

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