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Meio Ambiente
Segunda - 03 de Maio de 2004 às 07:44
Por: Márcio Mendes

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Os índios Paresi que moram ás margens da BR-364, á cerca de 80 Km do município de Diamantino, denunciam crime ambiental, cometido pelo ex-Senador e Deputado Federal, Jader Barbalho. De acordo com eles, uma grande quantidade de Agrotóxico está sendo despejada ás margens do Córrego do Cágado, afluente do rio Água Verde, no município de Diamantino. O rio passava pela reserva indígena e várias propriedades na região.

Além dos índios, funcionários e proprietários confirmam a existência de um depósito de Agrotóxico e resto de animais e lixo, a cerca de 30 metros da margem do rio, comprometendo o ecossistema local.

A reportagem do ReporterNews foi até o local e pode presenciar centenas de embalagens vazias de agrotóxicos, das marcas Mirex, Cention, Reglone, Randap, Glinyer, entre outras, com tarjas variadas, como nas cores amarela e vermelha, uma grande quantidade de veneno, estimada em mais de 200 quilos, jogados a céu aberto e de fácil acesso a animais e humanos. Mesmo existindo uma central de recolhimento deste tipo de embalagens no município de Diamantino, a fazenda não está tomando os procedimentos necessários para evitar a contaminação dos rios e danos ao meio ambiente, o que prevê uma multa para quem não providencia o recolhimento e a entrega.

Neste período de chuvas, o veneno acaba sendo levado ao rio, pela água, o que segundo os índios, fez praticamente acabar com as espécies de peixes, e da água para consumo humano, dificultando a sobrevivência da tribo.

Ainda de acordo com eles, a propriedade denominada Fazenda São Lucas, que comete o crime ambiental é tocada pelo grupo do ex-Senador e Deputado Federal, Jader Barbalho.

O líder indígena João Zoromará, afirma que as fazendas que cultivam o algodão, acima da reserva Pareci, e utilizam uma grande quantidade de algodão, são responsáveis pela falta de peixes no rio que corta a reserva. “Esse rio era abundante em peixes, hoje não conseguimos mais pescar e não podemos utilizar a água do rio, porque está contaminada” disse Zoromará. Ele disse também que já comunicou o fato ao escritório da Funai, em Tangará da Serra, mas que nenhuma providência foi tomada até agora. O líder indígena disse que está organizando um movimento com aldeias irmãs, como os Xavantes da reserva Xingu, que irão protestar contra o descaso e crime contra a natureza.

O RepórterNews tentou falar com os responsáveis pela fazenda, mas não conseguiu, por esta ser de difícil acesso. A fazenda não mantém um escritório na cidade.




Fonte: Redação RepórterNews

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