Agricultores prejudicados pela seca no Sul discutem reivindicações com técnicos do MDA

Representantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da Via Campesina e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Sul (Fetraf-Sul) definirão hoje, com técnicos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, os detalhes sobre as reivindicações do setor, a fim de atender aos agricultores prejudicados pela seca no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No início da noite de ontem (28), a reunião do grupo foi com os ministros Miguel Rosseto, do Desenvolvimento Agrário, e José Dirceu, da Casa Civil. Os agricultores não têm números completos sobre os prejuízos na região, mas apenas no Rio Grande do Sul há 300 mil famílias em 380 municípios que já decretaram estado de calamidade ou situação de emergência.

Os agricultores querem um rebate de R$ 800,00 na parcela do Pronaf deste ano, ao final do empréstimo, e a Bolsa Estiagem, por 12 meses, também de R$ 800,00, dos quais R$ 500,00 do Governo Federal e R$ 300,00, recursos dos governos dos três estados. No primeiro caso, o ministro Rossetto disse que poderá ser concedido rebate de R$ 650,00, com o orçamento do próprio Ministério, que deverá ser votado na reunião do Conselho Monetário Nacional.

Outra reivindicação é a ampliação do número de famílias beneficiadas, com a redução do critério de enquadramento para quem perdeu 40% da sua safra. Isto representaria um aporte de mais de R$ 100 milhões, chegando a um total de R$ 207 milhões, que seriam somados aos R$ 80 milhões já destinados para o custeio da safra de inverno. Aurio Scherer, do MPA, diz que os agricultores se mobilizarão enquanto não obtiverem uma resposta positiva do Governo.

Já Altemir Tortelli, da Fetraf-Sul, informa que nos encontros com os governadores dos três estados estão adiantadas as negociações para concessão da Bolsa Estiagem. "No Paraná, ao que sabemos, será possível um repasse de R$ 300,00 por família, durante 12 meses", garante.