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Esportes
Sábado - 24 de Abril de 2004 às 12:21
Por: Eduardo Ohata

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O ucraniano Vitali Klitschko e o sul-africano Corrie Sanders fazem na noite deste sábado a primeira disputa pelo título mundial, ou linear, dos pesos-pesados entre dois lutadores brancos desde que Rocky Marciano manteve seu cinturão frente a Don Cockell, em 1955.

Klitschko e Sanders lutam pelo cinturão do Conselho Mundial de Boxe, cujo último dono foi Lennox Lewis, consenso como o melhor pesado da atualidade até pendurar as luvas. O britânico havia unificado os títulos do CMB, AMB e FIB, mas perdeu os dois últimos no tapetão.

Porém mais importante do que o título do CMB pelo qual Klitschko e Sanders lutam, em Los Angeles (EUA), é o reconhecimento como campeão mundial.

"Desde que Marciano nocauteou Cockell, houve lutas por título das entidades alfabéticas (CMB, AMB, FIB etc.) entre brancos, como Frans Botha e Axel Schulz, pelo cinturão vago da FIB, em 1995. Porém Klitschko x Sanders será a primeira pelo título mundial, ou linear, que reúne dois brancos desde 1955", explica Eric Raskin, um dos editores da "The Ring", mais conceituada revista de boxe.

Um dos protagonistas da luta deste sábado, porém, procurou minimizar a relevância da questão racial, que já rendeu dividendos a várias "esperanças brancas", como Gerry Cooney e Tommy Morrison.

Ao ser questionado pela Folha de S. Paulo, durante teleconferência, se um campeão dos pesados branco seria mais popular, disfarçou. "Nunca pensei sobre isso. Acho que a popularidade de um lutador tem a ver é com habilidade, personalidade e realizações dentro do ringue", respondeu Klitschko, 32, que acumula 33 vitórias, todas elas por nocaute, e duas derrotas em sua carreira como pugilista. Sanders tem 39 vitórias, com 29 nocautes, e duas derrotas.

Na seqüência, o treinador de Klitschko, Emanuel Steward, procurou explicar o fato de mais atletas brancos, especialmente os europeus, estarem disputando cinturões dos pesos-pesados.

"Já havia dito em 1996 que a próxima grande geração de pesos-pesados viria da Europa e da África do Sul. O programa de boxe amador dos EUA parou de produzir bons pesados. Quanto a Vitali e seu irmão, Wladimir (que em sua penúltima luta foi nocauteado por Sanders), creio que seriam populares mesmo que fossem negros. São bons lutadores e inteligentes", analisou o técnico, que durante sua carreira treinou diversos campeões.




Fonte: Folha de São Paulo

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