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Polícia Brasil
Quinta - 22 de Abril de 2004 às 09:23

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A Justiça Federal liberou nessa terça-feira à tarde o empresário José Carlos Gonçalves, preso na sexta-feira pela Polícia Federal, acusado de falsificar e vender documentos para fazendeiros fazerem desmatamentos de áreas. O alvará de soltura foi expedido pelo juiz Clorisvaldo Rodrigues dos Santos. José Carlos estava preso em Sinop mas até que o alvará fosse apresentado às autoridades policiais, só deixou a prisão no início da madrugada de hoje.

O advogado Alexandre Gonçalves Pereira, explicou ao Só Notícias, que José Carlos é réu primário e que não tinha sido preso ou processo anteriormente. Ele também afirmou que o flagrante dado pela Polícia Federal foi "preparado". O advogado argumentou que a Polícia Federal expediu um mandado de busca e apreensão na imobiliária de José Carlos. "No pedido que fiz a Justiça nem entrei no mérito se ele é culpado ou inocente e ponderei que mora em Sinop há 24 anos e tem bons antecedentes", justificou. "Quanto as acusações, esses suspostos documentos nem foram periciados", resumiu.

Dois delegados da PF chegaram ao escritório de José Carlos, dizendo serem "clientes" que queriam comprar documentos para fazer os desmates. A Polícia Federal gravou as conversas das negociações com José Carlos Gonçalves. Só Notícias teve acesso a alguns trechos da gravação onde ele aceita até pegar uma caminhonete no negócio.

Relembre o caso:

A Fundação Estadual do Meio Ambiente começou analisar as imagens de satélite que revelavam os desmatamentos na região de Sinop e começou a constatar que, em alguns casos, na Fema e no Ibama não havia documentos autorizando os desmates nessas áreas. O órgão acionou a Polícia Federal que iniciou uma grande operação, reunindo sete delegados.

Com mandado de busca, delegados federais foram até a imobiliária de José Carlos onde foram apreendidos documentos falsos de autorização de desmate e carimbos -também falsos- de órgãos ambientais.

José cobraria cerca de R$ 60 por hectare a ser desmatado e, segundo a PF, em apenas um negócio ele pode ter lucrado mais de R$ 100 mil. Há pelo menos quatro meses que ele estaria usando carimbos e documentos falsos. A Polícia Federal diz que os donos de áreas que compravam pagavam, evidentemente, bem mais barato se fossem fazer um projeto técnico no Ibama e Fema, recolher taxas e aguardar o trâmite normal. Saía mais rápido e barato.

A polícia está investigando quem são as pessoas que acabaram negociando com ele e não está descartada a possibilidade de envolvimento de servidores públicos.




Fonte: Só Noticias

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