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Saúde
Segunda - 19 de Abril de 2004 às 11:28

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Alguns medicamentos de última geração usados para tratar pacientes com esquizofrenia podem provocar ganho de peso, aumento do colesterol ruim e causar diabetes.

Dados estatísticos obtidos por meio de vários estudos concluíram que os esquizofrênicos têm um risco de 1,5 a 2 maior de terem diabetes e obesidade do que a população geral. Há evidências de que alguns medicamentos de última geração podem aumentar rapidamente o peso nos primeiros meses de terapia e podem continuar a aumentar mesmo após um ano de tratamento. Após dez semanas de terapia, a média de ganho de peso varia de 0,5 a 5 quilogramas.

O problema chamou a atenção da classe médica à medida que relatos de pacientes que tiveram diabetes ou ganho excessivo de peso começaram a ser divulgados por meio de congressos e publicações médicas. A última geração de medicamentos para tratar esquizofrenia, os antipsicóticos atípicos ou de segunda geração, foram um grande avanço para essa área. Eles melhoram a qualidade de vida, permitindo que o portador de uma doença mental esteja apto a realizar tarefas diárias. A primeira classe de medicamentos antipsicóticos alivia muitos aspectos das doenças psicóticas. No entanto, esses medicamentos têm muitos efeitos indesejados como sedação excessiva.

Os médicos se viram diante de um dilema: como dar o melhor medicamento para o paciente quando há um risco de diabetes e obesidade? Para acabar com as dúvidas, em novembro de 2003, criou-se um consenso com a presença da Associação Americana de Diabetes, a Associação Americana de Psiquiatria, a Associação Americana de Endocrinologia Clínica e a Associação Norte-Americana para o Estudo da Obesidade. O consenso foi publicado no começo de fevereiro na revista "Diabetes Care".

A principal recomendação é que pacientes que tomem antipsicóticos de segunda geração sejam monitorados para obesidade, diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares. "O importante é avaliar os riscos já conhecidos de diabetes, como histórico familiar. Se o paciente tiver um risco elevado, é importante indicar medicamentos que apresentem risco menor de desenvolvimento de diabetes", explica Mario Louzã, coordenador do Projeto Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (SP).

Há hoje no mercado seis antipsicóticos atípicos. O risco de obesidade e diabetes varia entre os produtos. Por exemplo, o risco de diabetes parece ser maior em pacientes tratados com clozapina e olanzapina. Já medicamentos como a ziprasidona, segundo os estudos feitos até o momento, não aumentam o risco de diabetes.

Embora o tratamento convencional da esquizofrenia não necessite trocas freqüentes de medicamentos, à luz dessas informações, os especialistas recomendam que, se o paciente começar a apresentar ganho de peso, deve se cogitar a troca de remédio. "É importante pesar o risco-benefício de cada paciente", avalia Louzã.

Com o consenso, novas medidas devem ser adotadas no tratamento de pacientes esquizofrênicos. Antes de iniciar o tratamento, os pacientes devem fazer testes para avaliar o colesterol e o status cardiovascular. Com essas informações, será possível acompanhar o desenvolvimento dos efeitos adversos nos pacientes.

O consenso recomenda também que os pacientes que estão acima do peso ou obesos recebam acompanhamento de uma nutricionista e de um preparador físico, principalmente aqueles que estão iniciando o tratamento com produtos que têm maior chance de aumento de peso. "O mais importante é cuidar da saúde do paciente como um todo. Além de tratar a esquizofrenia, o paciente precisa estar com a saúde geral em boa forma", afirma o médico.

O acompanhamento deve ser realizado depois de 4, 8 e 12 semanas após o início do tratamento e a cada semestre após o acompanhamento inicial. Se o paciente ganhar mais do que 5% do seu peso inicial durante o tratamento, o médico deve considerar mudar o medicamento para um produto que não cause ganho de peso.

"É muito importante que essas informações cheguem aos médicos e aos pacientes", diz Louzã. "Parentes de portadores de esquizofrenia precisam ficar alertas ao ganho de peso. E sempre questionar o médico se um acompanhamento adequado está sendo realizado."

A Pfizer é uma empresa de origem norte-americana que pesquisa, desenvolve e comercializa medicamentos líderes nas áreas de saúde humana e animal e algumas das marcas mais conhecidas no setor de consumo. Presente em mais de 150 países, a empresa está no Brasil desde 1952, e atualmente tem cerca de 2.000 funcionários.

Os principais produtos da Divisão farmacêutica são Viagra (para disfunção erétil), Lipitor (para colesterol alto), Celebra (para processos inflamatórios), Bextra (para dor e inflamação), Frontal (para tratamento de ansiedade), Geodon (para esquizofrenia), Vfend (para infecções fúngicas), Aromasin (para o tratamento do câncer de mama), Xalatan e Xalacom (para glaucoma) e Spiriva (para o tratamento da DPOC).




Fonte: Olhar Direto

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