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Politica Brasil
Quarta - 14 de Abril de 2004 às 08:59
Por: Rubens de Souza

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Agora está sacramentado: Marcelo de Oliveira, ex-secretário de Obras da Prefeitura de Cuiabá e ainda presidente da Companhia de Saneamento da Capital (Capital), assumiu pela primeira vez, de público, sua condição de candidato a sucessão de Roberto França. E mais até: fala de suas estratégias para buscar aliados e revela o seu desejo de poder contar com o chefe no seu palanque eleitoral, pedindo votos para sua candidatura. “Quero Roberto França no meu palanque” – disse. França pertence ao PPS, cuja sigla tenta manter o nome de Sérgio Ricardo como pré-candidato.

Egresso do PPS e filiado ao PMDB, Marcelo sempre evitou o assunto candidatura. Jamais chegou a mencionar aquele velho chavão da política “sou soldado do partido” ou mesmo “vamos ouvir as bases”. Mas agora, poucos dias antes de o seu partido oficializar seu lançamento, em ato político marcado para sexta-feira, de Oliveira parte para o ataque, sem demonstrar preocupação com os números das pesquisas eleitorais recém-divulgadas. “Ainda nem sou candidato direito” – salientou. “Meu nome nunca foi lançado” – lembrou.

Tão despreocupado com as pesquisas e ciente do potencial eleitoral que poderá colher daqui para frente que Marcelo fala até em vencer a eleição no primeiro turno – um cálculo meio arriscado nesta altura do campeonato, especialmente com várias candidaturas lançadas. Mas, como sempre ocorre nos processos eleitorais, otimismo é a alma do negócio. E Marcelo de Oliveira está otimista.

Tão otimista, diga-se de passagem, que Marcelo está pessoalmente empenhado em trazer para Cuiabá para o lançamento de sua pré-candidatura vários políticos de peso do PMDB. De Michel Temer ao senador Renan Calheiros, passando ainda pelos ministros do partido. “Quero já começar a preparar a base para minha administração, apoio político em Brasília” – frisou.

Aliás, o “mais novo” candidato a prefeito da cidade tem motivos de sobra para ser otimista. Primeiro porque, apesar de um nome pouco conhecido nas hostes eleitorais, há anos vem atuando nos bairros de Cuiabá e realizando obras. Marcelo é conhecedor dos problemas da cidade e conhece os caminhos para tentar resolvê-los. Como secretário de Obras, assinou quase todas as obras nos últimos 7,3 anos realizadas na cidade: de estação de tratamento de água a abertura de ruas e bairros, passando também pela iluminação pública.

Politicamente, a candidatura do ainda auxiliar do prefeito está bem gerenciada. O PMDB há anos não tem um candidato a prefeito na Capital – fato que vinha sendo cobrado de forma insistente pela militância. Agora tem. Fora isso, Oliveira conta com a simpatia de uma parte considerável dos filiados do PPS, partido do prefeito, onde militou e foi inclusive membro da Executiva Regional. Em verdade, na base do PPS em Cuiabá há um esforço hercúleo para tentar evitar o “racha” e a dissidência. No Governo do Estado, o surgimento do nome de Marcelo foi comemorado como uma espécie de “guarda de salvação” depois que Carlos Brito renunciou a candidatura na disputa contra o deputado Sérgio Ricardo.

Ao colocar crença de que Roberto França poderá estar no seu palanque, ajudando na sua candidatura, Marcelo de Oliveira deixa escapar que a candidatura de Sérgio Ricardo – em que pese a posição oficial partidária, de candidatura própria – pode ruir a qualquer momento. Com isso, obter o apoio do PPS. Oliveira ainda acredita que os entendimentos deverão agregar ainda o PFL e o PP – este último ainda na “tríplice aliança”. O PFL tem a candidatura do empresário Jorge Pires de Miranda.




Fonte: 24 Horas News

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