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Internacional
Sábado - 10 de Abril de 2004 às 11:45

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Apesar de os Estados Unidos terem oferecido um cessar-fogo na cidade de Fallujah, a 50 km da capital Bagdá, os ataques e ameaças feitas por iraquianos continuam neste sábado em outras cidades do país. Somente na região de Baquba (norte), 40 iraquianos foram mortos e vários americanos ficaram feridos em um confronto entre guerrilhas e as forças de coalizão. Militantes iraquianos também mantém como reféns civis estrangeiros e ameaçam matá-los caso seus pedidos não sejam atendidos.

De acordo com o general americano Mark Kimmitt, chefe adjunto de operações militares, "as forças da coalizão estão prontas a aceitar um cessar-fogo com os rebeldes inimigos de Fallujah".

O presidente dos EUA, George W. Bush, também reafirmou hoje que 30 de junho será mesmo a data para a transferência do poder iraquiano. "O Iraque será soberano em 30 de junho", disse.

Baquba

Neste sábado, as tropas norte-americanas e as forças de segurança iraquianas em Baquba, no norte do país, foram atacadas por insurgentes. O confronto deixou ao menos 40 iraquianos mortos e feriu vários americanos. As informações foram transmitidas pelo porta-voz da 3ª Brigada da 1ª Divisão de Infantaria, capitão Issam Bornales.

O confronto em Baquba começou com ataques de mísseis simultâneos na noite de ontem contra uma estação policial e contra o escritório do governador, disse Bornales. Segundo o médico Fouad Hussein, do hospital de Baquba, ao menos 11 civis estavam entre os mortos. Outras 25 pessoas ficaram feridas.

Mais ataques

Em Mossul, também ao norte do Iraque, os corpos do diretor do Crescente Vermelho na cidade curda de Erbil, Barzan Omar Ahmad, e de sua mulher, Sazane Ismail Abdallah, que também trabalhava para o Crescente Vermelho, foram encontrados em uma rua da cidade. As informações foram dadas pelo porta-voz da organização, Hawar Fares.

Na cidade de Kirkuk (norte), um atirador abriu fogo contra as forças de segurança do Iraque matando dois e seqüestrando três oficiais curdos, disse o general Anwar Mohammed Amin, comandante das forças iraquianas no local.

Ameaças

Vídeos transmitidos por redes de televisão mostraram hoje grupos iraquianos ameaçando matar pessoas que eles dizem manter reféns no país. Um deles, transmitido pela emissora de TV árabe via satélite Al Arabiya mostra um grupo iraquiano --que se autodenomina "Brigadas do Mártir e Herói xeque Yassin"-- ameaçando matar 30 reféns que afirma manter sob seu domínio, a menos que as forças americanas suspendam o bloqueio à cidade de Fallujah.

"Nós estamos pedindo pelo retrocesso dos americanos e das forças de coalizão. Nós temos japoneses, búlgaros, israelenses, americanos, espanhóis e coreanos reféns. Eles são 30", disse um homem encapuzado segurando um rifle Kalashnikov.

Ele exigiu "a saída das forças americanas e de seus aliados" do Iraque e "a suspensão do estado de sítio em Fallujah", e ameaçou matar os reféns e mutilar seus corpos, caso as exigências não sejam cumpridas.

"Cortaremos as suas cabeças e os exporemos nas ruas para mutilar seus cadáveres, como em Fallujah", afirmou o porta-voz, referindo-se à mutilação, na semana passada, dos corpos de civis americanos na cidade rebelde sunita a oeste de Bagdá.

Em outra filmagem, um americano, possivelmente um motorista de caminhão, aparece sendo mantido refém por guerrilhas iraquianas. As imagens foram feitas ontem pela ABC Australiana e mostram o homem sendo dominado depois de um ataque a um comboio.

O vídeo mostra o refém sentado no banco de trás de um carro, próximo a um atirador mascarado. O americano aparentava ser de meia-idade, vestia um jeans sujo de sangue, falava com sotaque do sul dos Estados Unidos e se identificou como Thomas Hamil. "Eles atacaram nosso comboio", afirmou.

Ao menos 14 estrangeiros --três japoneses, quatro italianos, dois americanos, dois palestinos, dois alemães e um canadense-- desapareceram ou estão sendo mantidos reféns por rebeldes iraquianos.




Fonte: Folha Online

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