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Economia
Quinta - 30 de Janeiro de 2014 às 20:32

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O sistema previdenciário do Brasil vai enfrentar grandes desafios nas próximas décadas. Isso porque a população de idosos deve quadruplicar em menos de 40 anos, segundo o estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (29), aponta que, em 2050, haverá mais de 140 milhões de pessoas com 65 anos ou mais na América Latina e no Caribe — quase quatro vezes mais do que os 40 milhões que existem hoje.

A população de idosos vai representar quase 20% do total de pessoas da região. Segundo estudos dos especialistas do BID, “esta transição demográfica colocará a política previdenciária como um dos principais elementos das políticas públicas”.

Segundo Mariano Bosch, um dos autores do estudo, os países da América Latina podem enfrentar, nas próximas décadas, uma crise previdenciária como a que atingiu a Europa. Para ele, esse é o momento de pensar em políticas para evitar um problema futuro.

— Haverá uma pressão econômica e fiscal nos programas previdenciários [devido ao aumento da população de idosos]. Precisamos pensar em quais políticas são necessárias para acompanhar esse crescimento demográfico, que tipo de medida vamos precisar adotar para passar por essa transição demográfica.

Se, atualmente, para cada aposentado existem dez trabalhadores potenciais, em 2050, essa proporção cairá para três trabalhadores a cada um aposentado.

Para o BID, o governo terá de fazer um esforço para custear uma população que chegará ao final da vida ativa sem dinheiro para se manter na terceira idade. Bosch afirma que, se as circunstâncias não mudarem, o País vai enfrentar uma crise.

— Vamos ter problemas sociais muito graves, porque as famílias vão ter que se responsabilizar pelos idosos. Ou o Estado vai ter que oferecer uma pensão, mesmo se o idoso não tiver contribuído, uma pensão assistencial, o que gera problemas fiscais graves.

Pressão política

Como vão representar uma grande parte da população — e, consequentemente, do eleitorado — o governo não vai poder ignorar as necessidades dessa parcela da sociedade. O estudo do BID avalia que “a porcentagem de idosos continuará obtendo maior poder político conforme avance a transição demográfica”.

Com isso, a tendência é de que os gastos públicos com previdência social aumentem cada vez mais. Os dados mais recentes são de 2009 e apontam que o Brasil gasta mais de 14% da produção total de riqueza do País, o PIB (Produto Interno Bruto), com seguridade social.

A despesa é maior que o dinheiro investido em áreas consideradas essenciais. Os gastos com saúde somam 5,2% do PIB e com educação não chegam a 6% da produção total do Brasil.





Fonte: Do R7

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