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Saúde
Sexta - 10 de Outubro de 2014 às 16:14

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Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil
De acordo com ministro Arthur Chioro o risco de contaminação dos contactantes é baixo  Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil
De acordo com ministro Arthur Chioro o risco de contaminação dos contactantes é baixo Fabio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil

O Ministério da Saúde monitora 64 pessoas que tiveram contato com o primeiro paciente com suspeita de ebola no Brasil. O paciente, um homem de 47 anos, foi transferido na manhã desta sexta-feira (10) de Cascavel (PR), onde o caso foi detectado, para o Rio de Janeiro (RJ) em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).

De acordo com o ministro Arthur Chioro, as 64 pessoas monitoradas têm a temperatura medida uma vez por dia e serão monitoradas por 21 dias.

— Foram identificados 64 possíveis contactantes [pessoas que tiveram contato com o paciente], sendo 60 no local do atendimento. Sendo que 3 em contato direto com o paciente, que foram os profissionais que lidaram diretamente com ele.

O ministro acrescentou que todos os brasileiros que tiveram contato com o paciente com suspeita de ebola são considerados de baixo risco.

— Foram identificados 4 contactantes residenciais. São dois casais que estão na mesma residência que este homem. Todos os contactantes foram considerados de baixo risco. Eles farão o monitoramento da temperatura uma vez por dia, com exceção dos 3 contactantes diretos que serão também monitorados 2 vezes por dia ao longo de 21 dias.

O ministério explicou que não há a necessidade de isolamento de contactantes de baixo risco. O ministro Chioro avaliou a ação das autoridades de saúde no Paraná como muito adequada.

— A ação da Secretaria Municipal de Cascavel, os funcionários da UPA foi muito adequada. Imediatamente a partir do momento em que feita a suspeita eles já fizeram o isolamento e somente 3 funcionários tiveram contato mais direto com o paciente.

Chioro explicou que não há necessidade de tomar medidas de restrição a entrada no Brasil pelo baixo fluxo migratório de países com alta incidência do vírus. — Nós continuamos trabalhando com uma baixa expectativa de casos, ou mesmo de casos suspeitos, em relação ao ebola no nosso País. O homem de 47 anos chegou ao Brasil no dia 19 de setembro vindo de Guiné, na África. Ele procurou uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na cidade paranaense na quinta-feira (9) relatando estar com febre alta há dois dias. Desde então o homem foi mantido em isolamento total. A medida foi tomada por ele estar no vigésimo primeiro dia, limite máximo para o período de incubação da doença, seguindo os protocolos internacionais para a enfermidade.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio, o quadro geral dele era bom quando chegou à capital fluminense, sem apresentar vômitos e hemorragias. Ele foi encaminhado para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em Manguinhos, na zona norte do Rio, onde passará por exames para identificar se realmente está com a doença. A unidade é considerada referência nacional para casos de ebola. O paciente ficará em uma ala especial cercada por um forte esquema de segurança. Os médicos e enfermeiros que estão em contato com o paciente seguem o protocolo de segurança.

Em Cascavel (PR), a UPA foi isolada e deve ser liberada a partir de 13h. A polícia e o corpo de bombeiros fizeram um cordão de isolamento no local. Nenhum paciente, médico ou enfermeiro podia sair ou entrar na unidade. Os pacientes só estariam tendo contato com os familiares por telefone.

Epidemia global

Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África. O ebola só é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus somente é transmitido quando surgem os sintomas.

A epidemia já matou mais de 3.860 pessoas, a maioria na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné. Mais de 200 funcionários do setor de saúde estão entre os mortos. Há casos de mortes também na Espanha e nos Estados Unidos, de pacientes que estiveram na África. Na Espanha há o primeiro caso confirmado de transmissão fora do continente africano.

O diretor do Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde dos EUA, Thomas Frieden, chegou a comparar a epidemia de ebola na África Ocidental com o surgimento da Aids em termos do desafio que impõe aos gestores de saúde pública.

Nesta quinta-feira (9), um médico liberiano morreu devido à doença em um centro de tratamento na capital do país, Monróvia. John Taban Dada trabalhava no maior hospital do país, John F. Kennedy Memorial Center, e sua morte eleva para quatro o número de médicos que morreram na Libéria desde o início da epidemia. As eleições para o Senado do país foram canceladas devido à epidemia.

Em Madri, na Espanha, as autoridades de saúde informaram que o estado da enfermeira Teresa Romero, a primeira pessoa a contrair o ebola fora da África, piorou. Teresa fez parte da equipe que tratou o padre espanhol Manuel Garcia Viejo, que morreu de ebola no último dia 25 de setembro. O padre morreu no hospital Carlos 3º de Madri depois de contrair ebola em Serra Leoa.

Na Grã-Bretanha, as autoridades anunciaram que irão aumentar as checagens de segurança em pessoas vindas dos países afetados pela epidemia, seguindo os passos dos Estados Unidos. Os passageiros que chegarem a Londres pelos aeroportos de Heathrow e Gatwick, além daqueles que desembarcarem pelo serviço de trem proveniente de Paris, terão que responder a perguntas e possivelmente passar por uma avaliação médica.

Também nesta quinta-feira, uma enfermeira foi colocada em quarentena em um hospital da cidade de Cairns, no norte da Austrália. As autoridades de saúde do local temem que ela tenha contraído ebola dos pacientes que estava tratando enquanto trabalhou em Serra Leoa. 





Fonte: Do R7

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