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Educação/Vestibular
Segunda - 02 de Fevereiro de 2015 às 11:57

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Matheus Alpaccino Vale de Castro, de 21 anos, foi aprovado em medicina na Fuvest 2015 (Foto: Arquivo Pessoal/Matheus Vale de Castro)

Matheus Alpaccino Vale de Castro, de 21 anos, foi aprovado em medicina na Fuvest na 4ª tentativa
(Foto: Arquivo Pessoal/Matheus Vale de Castro)

Matheus Alpaccino Vale de Castro, de 21 anos, esperou quatro anos para ver seu nome entre os aprovados em medicina na Fuvest, mas, antes de dezembro do ano passado, ele sequer havia sido chamado para a segunda fase do vestibular da Universidade de São Paulo (USP). Nesta sexta-feira (30), momentos antes de descobrir que era um dos 175 calouros da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo, ele ainda custava a acreditar. "Não era nem pra nada disso ter acontecido", disse ele ao G1, por telefone, do Guarujá, onde mora com a mãe, os tios e um primo de 7 anos.

VEJA A LISTA DE APROVADOS DA FUVEST

De fato, Matheus só decidiu encarar a quarta tentativa nos vestibulares de medicina por causa de um problema burocrático. No meio de 2014, o estudante, que se formou na rede pública, conseguiu uma bolsa de estudos integral pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) em uma faculdade particular de medicina, mas, em alguma confusão técnica, acabou perdendo a vaga.

"Eu perdi a vaga, ai entrei na Justiça e consegui a vaga de volta, mas um mês depois", explicou o estudante. Como já era setembro e ele tinha perdido o primeiro mês de aulas, Matheus decidiu trancar a faculdade particular. "Eu falei: 'ah, vou continuar estudando pros vestibulares e trancar a matrícula, aí ver o que acontece'", lembra.

Aconteceu muita coisa desde então. Na segunda (26), pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Matheus garantiu uma vaga em medicina na Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Na quarta (28), ele descobriu que também estava na primeira chamada do vestibular de medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ele já pensava em se mudar para Botucatu, no interior paulista, quando, nesta sexta, encontrou seu nome na lista de aprovados da FMUSP.

Estudando sozinho
Matheus chegou a fazer cursinho depois que terminou o ensino médio, mas em 2014 decidiu estudar em casa. Ele sempre viveu com os tios, já que a mãe tem deficiência auditiva e não fala nem escuta. Por isso, contou com a ajuda da tia, dona-de-casa, e do tio, que trabalha como conferente no Porto de Santos, para continuar estudando mesmo após conseguir a bolsa do Prouni.

"Resolvi tentar mais um ano, era isso que eu queria, não queria nenhuma outra área. Eu não me via em outro lugar, medicina foi a área que mais me encantou. Eu gosto muito dessa relação com o ser humano, tenho muita curiosidade pelo corpo humano, como ele funciona, de ajudar o próximo. Me sinto muito mais útil no mundo podendo ajudar o próximo."

A troca do cursinho pela iniciativa de estudar sozinho deu certo. "Acho que eu consegui um desempenho muito melhor estudando sozinho, porque eu conseguia focar nas matérias que eu tinha mais dificuldade", explicou o jovem, que estudava diariamente das 8h30 até quase 23h.

Segundo ele, sua classificação na Fuvest foi o 141º lugar – a USP oferece 175 vagas em medicina em São Paulo todos os anos. Na redação, ele também tirou nota alta: 80, dos 100 pontos possíveis.

"É uma sensação indescritível", disse ele, que já contou para sua mãe, usando a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), sobre a sua aprovação. "Ela está muito orgulhosa", comentou o jovem.





Fonte: Do G1, em São Paulo

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