Ex-governador diz que não fugirá do país e não teme ser preso Silval Barbosa é alvo de ações em andamento na Justiça e tem bens bloqueados
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que não teme ser preso e que não fugirá do país, no que seria uma suposta tentativa de escapar de eventuais ações judiciais.
“Essa história de que estou de malas prontas para outro país é pura maldade. Nunca cogitei de sair do Estado. Sempre falei que estou ou aqui em Cuiabá ou em Matupá [680 km ao Norte de Cuiabá, base eleitoral do ex-governador]. Não temo ser preso. Tenho minha consciência muito tranquila”, disse ele.
As declarações foram dadas pelo ex-governador durante visita a Assembleia Legislativa, na terça-feira (3).
"Essa história de que estou de malas prontas para outro país é pura maldade. Nunca cogitei de sair do Estado. Sempre falei que estou ou aqui em Cuiabá ou em Matupá. Não temo ser preso. Tenho minha consciência muito tranquila"
O peemedebista acumula pelo menos cinco frentes de ações em andamento na Justiça.
Em janeiro passado, por exemplo, ele teve decretado pelo juiz plantonista da Vara de Ação Civil e Ação Popular, Luis Fernando Voto Kirche, o bloqueio de seus bens, no montante de R$ 12 milhões, por suspeita de improbidade administrativa.
O valor supostamente teria sido desviado do Estado para o pagamento de precatórios indevidos.
As acusações são relativas aos fatos derivados da Operação Ararath, da qual Silval também aparece como um dos réus.
A operação deflagrada pela Polícia Federal apura a ocorrência de crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro.
Além disso, em outubro do ano passado, a Justiça concedeu liminar autorizando o bloqueio das contas bancárias e aplicações financeiras do então governador.
À época, foi determinada a indisponibilidade de bens de Silval e de outros requeridos até o limite do crédito de R$ 73.563,484,77.
A ordem judicial atendeu a uma solicitação do Ministério Público Estadual (MPE), que aponta a criação fictícia de crédito tributário visando a beneficiar o grupo JBS Friboi, e instaurou Ação Civil Pública por improbidade administrativa.
O ex-governador se disse "muito tranquilo" quanto às acusações e afirmou que está se defendendo juridicamente de todas elas.
Irregularidades no VLT
Durante a visita à Assembleia, Silval – que é alvo de denúncias de um suposto esquema de desvio de dinheiro público na implantação do VLT – negou superfaturamento na execução da obra, que já consumiu mais de R$ 1 bilhão, dos R$ 1,4 bilhões previstos.
“Não tem um centavo desviado nessa obra. Foram realizadas auditorias mês a mês e nenhuma delas apontou desvios de recursos”, afirmou ele.
O ex-governador disse que a execução dos trabalhos foi auditada e fiscalizada pelo Tribunal de Contas do Estado, pela Caixa Econômica Federal e pela empresa gerenciadora da obra, o que, segundo ele, atesta a lisura das medições e dos pagamentos.
“Nenhum item que não estava adequado à obra não foi pago. Tanto que as medições são atestadas pela gerenciadora. Se a gerenciadora apontava defeito ou má qualidade, não era pago”, disse.
“Não quero ser uma assombração, ficar por aí e por ali dizendo que estou sendo injustiçado, nem me fazer de vítima. Tenho consciência tranquila. Não foi roubado nada, ninguém desviou nada”, completou.
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