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Nacional
Segunda - 20 de Junho de 2016 às 09:43
Por: Justin Parkinson Da BBC

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Ao redor do mundo, a bandeira do arco-íris tem sido exibida em prédios e manifestações como forma de solidariedade com as 49 pessoas mortas por um atirador em uma boate gay de Orlando. Mas como este símbolo se tornou tão amplamente reconhecido?

Homem se enrola em bandeira diante da embaixada dos EUA em Berlim, na Alemanha, em homenagem às vítimas do ataque à boate Pulse de Orlando (Foto: Hannibal Hanschke/Reuters)Homem se enrola em bandeira diante da embaixada dos EUA em Berlim, na Alemanha, em homenagem às vítimas do ataque à boate Pulse de Orlando (Foto: Hannibal Hanschke/Reuters)

A bandeira de seis faixas e cores foi usada por pessoas para lá de diversas: Paul McCartney encerrou um show em Berlim, no início da semana, enrolado nela. A bandeira foi hasteada na Catedral de Exeter, no sudoeste da Inglaterra, durante uma vigília pelas vítimas. E em Paris, a Torre Eiffel foi iluminada com as cores do arco-íris.

Paul McCartney se enrolou na bandeira durante show na Alemanha  (Foto: Reprodução Twitter)Paul McCartney se enrolou na bandeira durante show na Alemanha (Foto: Reprodução Twitter)

"Não consigo pensar em qualquer outro símbolo com tamanho reconhecimento ao redor do mundo", diz o ativista gay britânico Peter Tatchell.

"Ele ficou universal desde os anos 90. E mostra a diversidade não só na comunidade LGBT, mas na vida em geral".

A bandeira do arco-íris surgiu em 1978, quando Gilbert Baker, um artista baseado em San Francisco, nos EUA, criou um design com oito cores. Em 25 de junho daquele ano, o Dia da Liberdade Gay nos EUA, as primeiras versões da bandeira foram vistas nas ruas.

Baker explicou que sua ideia era promover a ideia de diversidade e inclusão, usando "algo da natureza para representar que nossa sexualidade é um direito humano".

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O uso da bandeira se disseminou por San Francisco e em outras grandes cidades como Nova York e Los Angeles. Na década de 1990, ela já era reconhecida como símbolo global para direitos LBGT.

"A bandeira susbtituiu o triângulo rosa, até porque é um símbolo mais positivo", explica Tatchell, referindo-se ao uso da forma geométrica para identificar homossexuais em campos de concentração na Alemanha Nazista.

As oito cores da bandeira original de Baker representavam diferentes aspectos da vida:

O número de cores foi depois reduzido para seis; saíram anil e rosa, e azul-turquesa foi substituída por azul.

Segundo o vexilólogo (especialista em bandeiras) Graham Bartram, do Flag Institute, em Londres, "era muito difícil obter tecidos de cor rosa, e como as bandeiras eram costuradas, em vez de impressas, a cor foi descartada".

Para Bartram , a bandeira do arco-íris deu certo por causa de sua simplicidade. "Funciona um pouco como os aneis olímpicos, que foram concebidos para usar cores presentes nas bandeiras de todas as nações participantes",

A bandeira não é acolhida universalmente como um símbolo de libertação. Autoridades na Jamaica, país que tem leis criminalizando o homossexualismo, reclamaram na Embaixada dos EUA quando esta hasteou a bandeira com o arco-íris no seu prédio em Kingston após o massacre de Orlando - o procurador-geral jamaicano classificou a atitude como "desrespeitosa".

A história da bandeira, porém, precede 1978 e o movimento LGBT. No século 18, o filósofo anglo-americano Thomas Payne sugeriu o uso dela para identificar navios neutros durante períodos de guerra.

No início do século passado, o pacifista americano James William van Kirk desenhou um bandeira com as cores do arco-íris, conectada a um globo. A ideia era mostrar como pessoas de diferentes nações poderiam viver juntos, em harmonia.

"O arco-íris é algo que desenhamos desde pequenos", conta Bartram. "Assim, todos nós sabemos do que se trata e podemos interpretá-la como quisermos. Por isso é que ela funciona tão bem".





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