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Saúde
Quarta - 24 de Maio de 2017 às 15:21
Por: Por Lislaine dos Anjos, G1 MT

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Deputados da oposição apoiaram requerimento para a suspensão da pauta na sessão desta quarta-feira (24) (Foto: Marcos Lopes/ALMT)
Deputados da oposição apoiaram requerimento para a suspensão da pauta na sessão desta quarta-feira (24) (Foto: Marcos Lopes/ALMT)

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) trancou a pauta no Legislativo até que a atual situação da Saúde no estado seja resolvida pelo governo. O pedido de sobrestamento de pauta foi feito pelo deputado estadual Allan Kardec (PT), do bloco da oposição, durante a sessão matutina desta quarta-feira (24), e acatada pelo deputado Wagner Ramos (PSD), que presidia a Mesa Diretora.

O pedido de suspensão das votações em plenário foi feito após vir à tona problemas de repasses a hospitais mantidos pelo governo do estado, que estariam comprometendo o funcionamento das unidades. É o caso do Hospital Regional de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, que corre o risco de fechar as portas na sexta-feira (26) por falta de comida, gás de cozinha e gás medicinal.

Os problemas foram relatados pelo ex-diretor técnico da unidade, Roberto Satoshi, na segunda-feira (22). Na ocasião, o médico chorou ao dar entrevista coletiva e afirmou que o hospital vive um caos porque não recebe repasse do governo do estado há três meses, totalizando R$ 8 milhões. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que está fazendo o possível para regularizar os repasses e mudou a direção da unidade.

Segundo o deputado Allan Kardec, com o sobrestamento, nenhum projeto deve ser analisado pelos parlamentares em plenário. “Eu fiz esse requerimento para que a gente pudesse encaminhar uma solução da Assembleia Legislativa ao Executivo em relação ao grave problema da Saúde no estado”, afirmou.

De acordo com o deputado, assim que a Mesa Diretora apresentar um encaminhamento para a solução dos problemas apontados, os vetos que aguardam apreciação do Legislativo poderão ser analisados. Ao todo, segundo ele, há 12 vetos para serem votados em plenário.

“Esperamos que a situação seja resolvida o mais rápido possível e hoje à tarde já poderemos ter uma solução encaminhada, pois o governador Pedro Taques [PSDB] convocou uma reunião com a base aliada logo após a sessão”, disse.

O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), disse que a base do governo iria apresentar quatro propostas para solucionar os problemas da saúde em Mato Grosso. Maluf defendeu o governo atual e afirmou que as gestões passadas não cumpriam os 12% destinados à saúde, sempre chegava ao máximo em 10%.

“Não há desvio de recursos. O que há é um desfinanciamento da saúde. O governo federal não repassa recursos. A saúde precisa cada vez mais de recursos financeiros. Sou a favor que se destine os R$ 70 milhões da Assembleia para a saúde. É preciso que converta todas as emendas parlamentar à saúde. Estou sendo propositivo e sei que não há desvio de recurso da saúde”, disse Maluf.

Proposições do governo

O sobrestamento da pauta também afeta a análise de proposições do governo do estado, que só poderão ser votados em caso de regime de urgência urgentíssima. Entre os assuntos que devem ficar suspensos está a votação do pedido de autorização do estado para conseguir um empréstimo de R$ 900 milhões para a conclusão das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital.

Durante sessão plenária na terça-feira (23), o deputado Zeca Viana (PDT), que também faz oposição ao governo, afirmou que vai barrar a autorização para o estado conseguir o empréstimo para o VLT enquanto a situação do caos na saúde não for resolvida.

“Querem pegar quase um bilhão para concluir o VLT. Por que não resolvem o problema da saúde, que é mais urgente? Mesmo que seja pegando um empréstimo para quitar essas dívidas, isso precisa ser resolvido. Não dá para fazer obras mirabolantes por aí enquanto a população está morrendo nos hospitais”, afirmou, em plenário.





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