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Ciência/Pesquisa
Sábado - 09 de Novembro de 2019 às 06:38
Por: G1 MT

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Aline Ramos diz que projeto, além de possibilitar que o consumidor cultive seu próprio alimento sem a necessidade de um grande espaço físico ou de conhecimentos técnicos, evita o máximo de desperdício de água — Foto: Arquivo pessoal
Aline Ramos diz que projeto, além de possibilitar que o consumidor cultive seu próprio alimento sem a necessidade de um grande espaço físico ou de conhecimentos técnicos, evita o máximo de desperdício de água — Foto: Arquivo pessoal

O projeto 'Solo líquido' desenvolvido por uma estudante de agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, ficou entre os dez melhores do país no concurso ITA Challenge Desafio de Empreendedorismo, promovido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), sendo o único projeto de Mato Grosso classificado nessa posição.

A solução gelatinosa é capaz de desenvolver a planta, da germinação da semente até o consumo, sem que a necessidade de abundância em água e muitos cuidados.

Segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 820 milhões de pessoas em todo o mundo não tiveram acesso suficiente a alimentos em 2018, e cerca de dois bilhões de pessoas no mundo sofrem com insegurança alimentar moderada ou grave.


Diante desse contexto, a proposta de Aline Ramos, idealizadora do projeto, é de, além de possibilitar que o consumidor cultive seu próprio alimento sem a necessidade de um grande espaço físico ou de conhecimentos técnicos, evita o máximo de desperdício de água.

A invenção se trata de um solo sintético para produção de hortaliças. Ele contém concentrações ideais de nutrientes em sua composição e sua configuração química retém moléculas de água em sua estrutura.

“Levando em consideração que as áreas cultiváveis são fatores limitantes para o aumento da produção agrícola e cerca de 70% da água potável do planeta é utilizada como insumo na agricultura convencional, o Solo Líquido apresenta-se como uma proposta de solução tecnológica sustentável que vem de encontro ao não desperdício de recursos hídricos e pela redução da fome”, explica Ramos.

Solo líquido é o único projeto de Mato Grosso a se classificar nessa posição — Foto: Arquivo pessoalSolo líquido é o único projeto de Mato Grosso a se classificar nessa posição — Foto: Arquivo pessoal

Solo líquido é o único projeto de Mato Grosso a se classificar nessa posição — Foto: Arquivo pessoal

Além das tradicionais hortaliças típicas do prato dos brasileiros, outras espécies típicas da Amazônia e do Cerrado brasileiro, como o jambu - conhecido como a couve da Amazônia -, farão parte da pesquisa por conta das diversas características das espécies, como sua resistência e sabor apreciável.

Contente e com a sensação de dever cumprido, dois anos após o início da pesquisa, Aline pretende levar a pesquisa à frente.

“É uma satisfação enorme estar representando minha cidade e representando o empoderamento feminino no ramo da ciência, sem dúvida esse mérito trará grande impacto em minha vida até mesmo para minha vida profissional”, disse.

Recentemente, o projeto também passou para a segunda fase do concurso Cultivando Talentos, do grupo 3M, etapa que tem entre seus classificados outro estudante do Campus Araguaia. Agora ela se prepara para a final de outro concurso de empreendedorismo, o concurso Cultivando Talentos, do grupo 3M ao qual ela disputará no dia 5 de dezembro o prêmio de 60 mil reais.

Aline ainda foi homenageada na Câmara de Vereadores de Barra do Garças e de Pontal do Araguaia com uma moção de aplausos, pelos avanços em pesquisa na região.

“Para nós é motivo de orgulho e satisfação, tomar conhecimento da grande capacidade e do conhecimento de nossos estudantes universitários, que valorizam nossa educação e colocam em posição de destaque o nome de Barra do Garças”, disse o Vereador Alessandro Matos do Nascimento (PRB), em documento justificando a moção.

Ao lado dela também estavam as estudantes de Engenharia Civil Taynáh de Kassia Marques da Silva, de 20 anos, e Eduarda Correia Silva, de 19, criadoras do Concrenox, projeto que ficou entre os 30 melhores no concurso do ITA.

Concrenox

As estudantes de engenharia civil, Taynah Marques e Eduarda Correia Silva, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), campus do Araguaia, ficaram entre os 30 melhores trabalhos apresentados no ITA Challenge.

O concrenox é um bloco de concreto com parte de aço inox, constituído de uma parte do eletrodo, chamada de “pega do eletrodo” que é descartada durante o processo de soldagem. O intuito é dar um destino a algo que hoje não tem nenhuma forma de descarte.

Além de popularizar e viabilizar o uso do aço inoxidável, o principal ganho do projeto segundo as estudantes é quanto a sustentabilidade, pois evita interferências na natureza para a fabricação de produtos utilizados em processos de colagem e fixação hoje existentes.

ITA Challenge

Iniciativa do Centro de Competência em Manufatura (CCM) do Instituto, o ITA Challenge tem por objetivo difundir a cultura de empreendedorismo e inovação na comunidade acadêmica.

A disputa, que busca estimular o espírito empreendedor dos participantes e desenvolver suas habilidades em criar, desenvolver e gerir negócios criativos e inovadores em equipe, demonstrando a viabilidade técnica e comercial de suas ideias, aliando o conhecimento teórico ao prático, é aberta a estudantes de todo o Brasil.





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