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Domingo - 17 de Maio de 2020 às 10:16
Por: Jad Laranjeira/Mídia News

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O comandante do Ciopaer, Juliano Chirolli
O comandante do Ciopaer, Juliano Chirolli

Totalmente recuperado depois de ter contraído a Covid-19 (novo coronavírus), o comandante do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Juliano Chirolli, revelou que só descobriu ter contraído a doença respiratória após ter desconfiado de uma sinute.

No mundo, o coronavírus já infectou mais de 4 milhões de pessoas. Em Mato Grosso 26 pessoas já morreram.

Em entrevista ao MidiaNews, o coronel da Polícia Militar contou que antes da confirmação da doença, teve sintomas leves e procurou um especialista em sinusite, em razão de seu histórico. Após a consulta, o quadro de sinusite se cofirmou, no entanto o médico também o recomendou a que ele fizesse um exame para o coronavírus.

O exame foi realizado no dia 28 de abril, porém o resultado foi negativo. Após seu quadro não melhorar, resolveu fazer um novo teste no dia 1° de maio e desta vez deu positivo para o vírus.

Chirolli revelou que a esposa também acabou contraindo a doença e ambos tiveram que se isolar em casa, longe dos filhos, que apesar de não terem sido infectados, por prevenção foram isolados em um quarto da residência onde moram.

“Nós dispensamos nossa secretária e eu e minha esposa passamos a fazer os trabalhos domésticos. Também isolamos nossos filhos em seus respectivos quartos. Tive que isolar meus pais de idade avançada e que tem problemas de saúde sérios. Foi uma situação muito difícil, pra nós e pra eles, porque temos uma relação muito próxima, com convívio diário. Foram momentos de muita dificuldades. Minha filha sofreu muito com esta situação [do distanciamento], mas graças a Deus já passou”, lembrou.

Foram momentos de muita dificuldades, minha filha sofreu muito com esta situação [do distanciamento], mas graças a Deus já passou

O comandante afirmou que não sabe onde pode ter contraído o vírus, uma vez que pelo cargo à frente do Ciopaer tem contato com muitas pessoas. No entanto, revelou que sempre se manteve otimista durante o período em que ficou em isolamento social e não teve medo de morrer.

“Escolhi ser policial militar, escolhi ser piloto de helicóptero, que são atividades de alto risco. Juntas então, a aviação de Segurança Pública é como vários estudos apontam, uma das atividades de maior risco no rol das profissões. Então, assimilei estes riscos desde muito jovem e convivo com muita tranquilidade. Com a Covid-19, não foi diferente, pois aprendi a viver com estes riscos, e enfrentamentos os dissabores que a vida nos impõe. Confio que terei a oportunidade de viver enquanto for a vontade de Deus”, afirmou.

Logo após a confirmação da doença, ele informou aos colegas de trabalho, especialmente aqueles com os quais teve contato em dias anteriores à confirmação. Todos receberam a notícia com bastante tranquilidade.

O mesmo não ocorreu ao revelar aos colegas e amigos em geral. De acordo com Chirolli, eles tiveram mais dificuldade de assimilar e entender a complexidade de tudo.

“Mas entendemos também, pois falta muita informação a respeito desta infecção. Alguns amigos mais próximos foram muito solidários, e nos ajudaram a fortalecer nosso psicológico, pois por várias vezes estes sintomas psicológicos passavam a pesar mais que os sintomas físicos”, disse.

Depois da experiência de ter contraído o vírus, o comandante acredita que os brasileiros ainda não se deram conta da gravidade da doença.

“O Brasil é um país continental, de hábitos, cultura e ambientes extremamente diferentes e divergentes de outras regiões, por isso tudo é muito complexo definir. Mas o problema está aí, e certamente o povo brasileiro está aprendendo muito com esta pandemia”.

Para o comandante, por se tratar de uma doença viral nova, ainda sem uma vacina eficaz, o isolamento é sim necessário, mas apenas até certo ponto.

“O isolamento faz parte do processo de contenção ou minimização dos impactos da pandemia, principalmente para aquelas pessoas que confirmaram a contaminação. Mas não podemos levar em conta apenas o termo isolamento, pois temos o isolamento horizontal e vertical, temos regiões, municípios com situações absolutamente diferentes, que devem ser analisadas caso a caso, onde deve praticar um isolamento horizontal ou vertical, para que efeitos colaterais não prejudiquem outros setores e cidadãos da sociedade”.

Isolamento vertical e isolamento horizontal são dois tipos de distanciamento social que podem ser adotados diante de uma pandemia. No isolamento vertical, há o isolamento de apenas um grupo de pessoas. No isolamento horizontal, não há a seleção de grupos específicos, sendo recomendado que todos fiquem em casa.

Hoje o coronel da PM e a esposa estão totalmente curados da doença após terem cumprido os 15 dias quarentena recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e as orientações da Secretária Estadual de Saúde. Ele revelou que mudou hábitos antes considerados por ele antes como normal. Além disso, também tem realizado as suas atividades em home office para evitar aglomeração que propagaria a Covid-19.





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